terça-feira, 3 de maio de 2011

Carybé e Vergê > Um argentino e um francês que adotaram a Bahia como sua terra

No Centenário de Carybé, São Paulo está recebendo a mostra do "Grande Mural dos Orixás", que ficará em exposição no Museu Afro Brasileiro até o dia 29 de maio

Murais de Carybé nos Estados Unidos

Carybé e a pintura

Fontes: Wikipedia/Google Imagens/Youtube

Hector Julio Páride Bernabó ou Carybé (Lanús, 7 de fevereiro de 1911 — Salvador, 2 de outubro de 1997) foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista argentino naturalizado e radicado no Brasil.

Durante a época que morou no Rio de Janeiro, foi escoteiro. Lá, era costume cada um ser identificado por um nome de peixe e ele recebeu o apelido de de Carybé (nome de um tipo de piranha). O artista usou-o então como alcunha no lugar do seu nome de batismo, muito parecido com o do seu irmão, também pintor.

Fez cinco mil trabalhos, entre pinturas, desenhos, esculturas e esboços. Ilustrou livros de Jorge Amado e Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Era obá de Xangô, posto honorífico do candomblé. Faleceu na varanda da casa de Xangô, do Ilê Axé Opô Afonjá, lugar que adorava.

Uma parte da obra de Carybé se encontra no Museu Afro-Brasileiro de Salvador. São 27 painéis representando os orixás do candomblé da Bahia. Cada prancha apresenta um orixá com suas armas e animal litúrgico. Foram confeccionadas em madeira de cedro, com trabalhos de entalhe e incrustações de materiais diversos, para atender a uma encomenda do antigo Banco da Bahia S.A., atual Banco BBM S.A., que os instalou em sua agência da Avenida Sete de Setembro, no ano de 1968.
 Verger fotografou a Bahia como nenhum outro
.
Verger e a fotografia
 Fontes: Wikipedia/Google Imagens/Youtube.

Pierre Edouard Leopold Verger (Paris, 4 de novembro de 1902 — Salvador, 11 de fevereiro de 1996) foi um fotógrafo e etnólogo autodidata franco-brasileiro. Assumiu o nome religioso Fatumbi.

Era também babalawo (sacerdote Yoruba) que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da diáspora africana - o comércio de escravo, as religiões afro-derivadas do novo mundo, e os fluxos culturais e econômicos resultando de e para a África.


Após a idade de 30 anos, depois de perder a família, Pierre Verger levou a carreira de fotógrafo jornalístico. A fotografia em preto e branco era sua especialidade. Usava uma máquina Rolleiflex que hoje se encontra na Fundação Pierre Verger.


Durante os quinze anos seguintes, ele viajou os quatro continentes e documentou muitas civilizações que seriam apagadas logo através do progresso. Seus destinos incluíram:


    * Taiti (1933)
    * Estados Unidos, Japão e China (1934 e 1937)
    * Itália, Espanha, Sudão, Mali, Níger, Alto Volta, (atual Burkina Faso), Togo e Daomé (atual Benim) 1935)
    * Índia (1936)
    * México (1937, 1939, e 1957)
    * Filipinas e Indochina (atuais Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã, 1938)
    * Guatemala e Equador (1939)
    * Senegal (como correspondente, 1940)
    * Argentina (1941)
    * Peru e Bolívia (1942 e 1946)
    * Brasil (1946).


Suas fotografias foram publicadas em revistas como Paris-Soir, Daily Mirror (com o pseudônimo de Mr. Lensman), Life, e Match.


Na cidade de Salvador, apaixonou-se pelo lugar e pelas pessoas, e decidiu por bem ficar. Tendo se interessado pela história e cultura local, ele virou de fotógrafo errante a investigador da diáspora africana nas Américas. Em 1949, em Ouidah, teve acesso a um importante testemunho sobre o tráfico clandestino de escravos para a Bahia: as cartas comerciais de José Francisco do Santos, escritas no século XIX.


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