Cristo Redentor, o representante máximo da Arte Déco no Brasil
São Paulo, sábado, 23 de julho de 2011 |
RUY CASTRO Rio Art Déco RIO DE JANEIRO - De 14 a 21 de agosto, homens e mulheres de vários países estarão zanzando pelo Rio entre arranha-céus, fachadas e monumentos, visitando coleções e exposições e trocando exclamações de encantamento e surpresa. Serão os convidados e inscritos ao 11º Congresso Mundial de Art Déco, que se realizará aqui. O Rio acaba de ser descoberto como um dos últimos e maiores redutos deste... o que mesmo? Foi uma escola, um movimento, uma revolução? Não. Apenas um estilo. Mas tão ágil, original e autossuficiente que o próprio modernismo, o movimento-mãe que deveria abraçá-lo, o rejeita. Pois já o rejeita tarde. O Art Déco -abreviação do título da Exposição Internacional das Artes Decorativas e Industriais Modernas, de 1925, em Paris, seu provável berço- tem, mais do que nunca, cultores que explicam sua vibrante sobrevida. Por que os modernistas esnobam o Art Déco? Porque este nunca se envergonhou de sua função decorativa (enquanto os modernistas, se pudessem, tacariam fogo nos móveis), nem produziu manifestos pedantes, como o futurismo e o surrealismo -foi direto à prática. Mas há muito que Paul Klee também já virou papel de parede e Mondrian, estampa de vestido. O Art Déco apenas chegou primeiro à vida real. Dos anos 20 aos 40, ele redefiniu a fisionomia das cidades -no Rio, inspirou centenas de edifícios no centro, Glória, Flamengo, Urca, Copacabana, Ipanema, Lagoa, muitos ainda lá, lindos. Influenciou o cinema, o teatro, a fotografia e o desenho industrial, modernizou carros, navios e aviões, deu uma nova liberdade à geometria, e tudo isso sem deixar de ser arte. O Rio pode não ter a maior construção Art Déco do mundo, que é o edifício Empire State, em Nova York. Mas tem o seu maior monumento: o Cristo Redentor, que fará 80 anos dois meses depois do congresso do qual é o símbolo. |
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