sábado, 23 de abril de 2011

A liquidez das obras de arte


Pompa e circunstância

     O mercado de arte está crescendo e vem sendo considerado um bom investimento. Contudo, a liquidez desse mercado não está relacionada como das melhores. Tenho dito que, a médio e longo prazo, o mercado de arte é um dos investimentos mais rentáveis. No entanto, todos devem saber que há um momento certo para se conseguir a cristalização de lucros. Este momento tem que ser aguardado com paciência. É o que ocorre, a rigor, com todas as aplicações.

 Minimizando a falta de liquidez

     Prefiro quando meus clientes encaram a aquisição de obras de arte como um hobby ou, simplesmente, priorizem a decoração de ambientes. Contudo, há que se ter o cuidado de distinguir o que é decorar um ambiente e o que, verdadeiramente, é investir em obras de arte. No Manual do Mercado de Arte e nos meus websites já escrevi muito sobre isso. 

     Se as aquisições se derem de forma correta, obediente aos ditames do mercado, se poderá iniciar a formação de um acervo artístico, que poderá se constituir numa aplicação séria e lucrativa.

     Costumo dizer que a compra de obras de arte só deve ser feita quando se tem absoluta disponibilidade daquele dinheiro que se vai investir, mormente no Brasil, onde, volta e meia, a economia passa pelos trancos e solavancos das bruscas mudanças. Há que se prever a possibilidade de tais ocorrências, para prover o que é básico durante os atropelos da economia. A crise quando vem, quase sempre atinge a todos e aí, decerto, não será a hora de vender nada, mormente obras de arte.

     Afinal, contrariando o que faz a maioria, deve-se comprar na baixa e vender na alta. Em qualquer mercado, quando a crise sinaliza baixa dos preços, será hora de comprar e jamais de vender. Os grandes investidores do mercado de capitais sabem disso.

     Sempre é bom repetir: em quaisquer circunstâncias, quando se compra as melhores obras de arte de artistas plásticos importantes, a médio e longo prazo, não há riscos de se perder nessas aplicações.

Combine investimento com bom gosto

     Por outro lado, aconselho sempre que só deve investir em obras de arte quem tenha sensibilidade. Obras de arte não propiciam lucros imediatos e, como foi dito, têm baixa liquidez. Mais uma vez me repetindo, o investidor que ambiciona lucros rápidos, pronta liquidez e, por via de consequência, riscos na mesma proporção, deve dar prioridade a outros ativos.

     Não gosto de citar nomes de artistas plásticos nos meus escritos, pois poderá parecer que esteja querendo conduzir o mercado, mas há casos de artistas que deram muito preço no mercado e, em dado momento, por isso ou aquilo, esgotaram a fonte, caindo para patamares inferiores de preço. Depois das correções de rumo, os trabalhos retomaram um lento viés de alta e superaram em muito os patamares anteriores. Sempre que isso acontece, o preço das obras deles se solidifica no mercado e dificilmente cai novamente, por piores que sejam as crises econômicas, conflitos bélicos ou outros fatores que interferem no mercado financeiro de um modo geral.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.