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Os principais acontecimentos desta data, percorrendo o túnel do tempo Leia e Veja

Destaque:

Nesta data, em 1945, cai o Estado Novo brasileiro: o presidente Getúlio Vargas é deposto por militares de seu próprio ministério. (O Estado Novo português, de Antonio de Oliveira Salazar, ainda permaneceria até a Revolução dos Cravos, em 1974).

A Segunda Guerra Mundial terminou em maio de 1945 e, em setembro do mesmo ano, os "pracinhas" brasileiros, que lutaram na Itália na defesa das liberdades, voltaram ao Brasil, encontrando aqui a mesma ditadura do Estado Novo que, sob diferentes formas, mantinha Getúlio Vargas no poder absoluto por 15 anos.

Houve então um desejo manifesto, na caserna, por mudanças imediatas no status e os mensageiros dessa aspiração foram o Ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra, e o general Góes Monteiro, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas.

Dutra era, por natureza, um militar conservador, nunca participara de golpes ou movimentos sediciosos dentro do Exército, considerado um "Caxias", na expressão militar. Estava pronto para agir na defesa da Constituição mas não era um homem de palavras.

Já Góes Monteiro, líder militar da Revolução de 1930, que pôs Getúlio no poder, era um "civil fardado", homem habilidoso com as palavras, e, por esta razão, coube a ele levar a Getúlio o ultimatum da oficialidade.

Em longa conversa amigável, sem qualquer constrangimento para as partes, convenceu Getúlio a deixar o poder, e o anúncio da deposição se fez com duas condições: Getúlio se retiraria em paz, perderia o poder, mas não teria seu mandato cassado.

Novas eleições foram prontamente realizadas, elegendo, por voto popular direto, o general Dutra como presidente da República. Seu opositor mais forte, que perdeu as eleições, era o brigadeiro Eduardo Gomes, um tenentista das revoltas de 1922 e representante da ala mais radical das forças armadas.

Nas eleições legislativas, Getúlio candidatou-se a senador por 6 estados (isso era possível naquele momento), elegeu-se em todos eles e assumiu como senador-constituinte pelo Rio Grande do Sul.

Em 1950, Getúlio voltou como presidente da República e, desta vez, seguindo as regras constitucionais, nos braços do povo, mas selando sua sentença de morte, com o suicídio, em 24 de agosto de 1954.

Para o povo, a quem a segurança no trabalho era mais importante que o regime político, ele foi, para todo o sempre, o "pai dos pobres", que criou e sedimentou a legislação trabalhista, construiu indústrias de base, como a Companhia Siderúrgica Nacional e criou aquilo que, durante muitos anos, foi o orgulho dos brasileiros: a Petrobrás. (Paulo Victorino)