Hora do Brasil
Autor
de trabalhos marcantes na exposição “Cantos Cuentos Colombianos“, na Casa
Daros, Oscar Muñoz transforma um dos espaços de arte e educação da instituição em
uma “câmera escura“
Casa Daros, Rio
Abertura: 31 de agosto de 2013, às 12h
[Salas expositivas de arte e educação]
Até 20 de outubro de 2013
Entrada franca
A Casa Daros apresenta, a partir do dia 31 de agosto
de 2013, às 12h, a exposição "Eclipse", um site specific do artista colombiano Oscar Muñoz (1951, Popayán),
que ocupará a maior sala expositiva de arte e educação da instituição. "Eclipse“ marca a transição das atividades dedicadas à Colômbia,
por conta da exposição "Cantos Cuentos Colombianos“, para as que vão enfocar experiências com a
luz, a serem feitas paralelamente à grande exposição de obras cinéticas
luminosas de Julio Le Parc , que será aberta no dia 11 de outubro próximo.
A obra, concebida inicialmente em 2002 – e já
apresentada em vários locais, como a Sala Comfandi, em Cali, e Galeria Santa
Fé, em Bogotá, e no Iniva (Institute of International Visual Arts), em Londres,
em 2008 – será composta de seis espelhos côncavos, dispostos próximos a seis
janelas da sala, inteiramente vedadas, com a exceção de um minúsculo orifício,
o pinhole (buraco de alfinete), que permitirá a entrada da luz. Com isso, a
sala se tornará em uma imensa câmera escura, onde a imagem exterior será
projetada na parede, invertida, a partir do espelho.
Oscar Muñoz destaca, no texto que escreveu
sobre a obra “Eclipse“ – um de seus poucos escritos sobre seu trabalho – que a
imagem projetada “não pode ser vista completamente, porque o espelho cobre uma
grande parte do seu reflexo, criando uma confrontação entre o círculo e o
espelho, que impede sua visão completa“. Ele diz que a instalação representa
“os diferentes momentos de um eclipse incompleto, quer dizer, sem as fases inicial
nem final do fenômeno“. O artista lembra
que “quase unanimemente, os eclipses tem sido interpretados como signo adverso:
são algo indevido, que rompe a harmonia das leis naturais“. “O eclipse, por
assinalar uma desaparição, uma ocultação acidental da luz, é universalmente
considerado como um evento dramático“, diz.
PERSEU E A MEDUSA
Oscar Muñoz ressalta que o espelho côncavo tem sido
usado tanto para olhar o céu, pelos astrônomos, speculum, "como para pintar e representar o mundo pelos
artistas, câmara obscura“. Portanto, esta obra "retoma essos
antigos mecanismos e os mistura: se olha
a terra como um objeto artístico/astro, a partir da própria terra, de uma galeria/planetário“.
Ele cita um texto do artista conceitual catalão Joan
Fontcuberta (1955, Barcelona), que observa que originariamente
"especular" significava observar o céu e os movimentos
relativos das estrelas com a ajuda de um espelho; “A
palavra latina ‘sidus‘, estrela, constelação, derivou em ‘consideração‘, que
significa etimologicamente olhar o conjunto de estrelas. Estas duas palavras
abstratas, que designan hoje operações altamente intelectuais, estão enraizadas
no estudo dos astros refletidos em espelhos. Dessa maneira, se introduz um paradoxo:
o reflexo asséptico do espelho se superpõe a outro reflexo especulativo. A
natureza do especular contém por igual ambas visões, e se uma fica eclipsada pela
outra se deve tão-somente a uma tomada de postura a priore".
Oscar Muñoz destaca que "talvez o objeto mítico mais próximo a
estes espelhos seja o escudo de Perseu em sua luta contra a Medusa, um elemento
de defesa que Perseu
converte, não somente no objeto que o protege da visão
direta da Górgona mas em sua arma principal para enfrentá-la“. “Ainda que
considere inútil tratar de dar interpretações aos mitos, creio que há uma
relação estreita entre esta obra e o mito mencionado, entre outras coisas,
porque evita a visão direta, propondo uma confrontação diferente, uma mirada
indireta e invertida que gira ao redor da dificuldade e da necessidade do homem
em representar (re-apresentar, no espanhol original) a realidade“, afirma o
artista.
Serviço: “Eclipse – Oscar Muñoz“
Abertura: 31 de agosto de 2013, às 12h
Até 20 de outubro de 2013
Entrada franca
Casa Daros, Rio [Salas expositivas de arte e educação]
Rua General
Severiano, 159, Botafogo, Rio, CEP 22290-040
Telefone: 21.2138.0850
De quarta a sábado, das 12h às 20h
Domingos e feriados, das 12h às 18h
Exposição “Cantos Cuentos Colombianos”
Telefone: 21.2138.0850
De quarta a sábado, das 12h às 20h
Domingos e feriados, das 12h às 18h
Exposição “Cantos Cuentos Colombianos”
Até 08 de setembro
de 2013
Ingresso: R$12,00 / Idosos e estudantes com mais de 12 anos: R$6,00
Bilheteria fecha meia hora antes de encerrar o horário de visitação
Entrada gratuita às quartas-feiras
Ingresso: R$12,00 / Idosos e estudantes com mais de 12 anos: R$6,00
Bilheteria fecha meia hora antes de encerrar o horário de visitação
Entrada gratuita às quartas-feiras
Mais informações: CW&A Comunicação
Claudia Noronha / Marcos Noronha / Beatriz Caillaux
Telefone: +55 21 2286 7926 e +55 21 3285 8687
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