São Paulo
A Paralelo expõe Negro Amor, do fotógrafo,
publicitário e produtor cultural Sérgio
Guerra, curadoria de Emanuel Araujo, com cerca de 30 trabalhos que reproduzem
a relação criada pelo artista com povos da Angola.
Em sua
série, Sérgio Guerra retrata
minuciosamente o que encontrou durante as expedições ao país africano, imprimindo
toda a paixão que sente pela cultura local – fruto dos tempos em que vem
ocupando cargo à frente da comunicação do governo angolano, há mais de 15 anos.
Mais especificamente, o fotógrafo infiltra-se em meio aos Hereros - grupo
étnico mais antigo do continente -, e realiza registros materiais sobre este
povo, sua tradição e rituais.
O
primeiro contato de Guerra com os
Hereros acontece em 1999, quando viaja pelas províncias de Huíla e Namibe para
gravar o programa televisivo angolano Nação
Coragem. Sobre este contato inicial, o artista recorda: “Quando os vi pela primeira vez, foi como se
uma porta da minha percepção tivesse sido aberta para algo que sabia existir,
mas hesitava em acreditar”.
Guerra passa, então, a viver dentro das
comunidades Hereros, por uma temporada, e constata a alma dessa etnia,
observando suas práticas cotidianas. “Vi
que mesmo diante da escassez, dividem sempre o alimento com os demais. Eles
cultivam a solidariedade, evitam o egocentrismo e praticam uma economia
familiar de grande inteligência, sempre voltados para a ampliação de um
patrimônio cujo usufruto é sempre coletivo. Vi que honram e festejam os seus
antepassados e que praticam com grande eficácia a justiça, coibindo infrações
com pesadas multas que, além do prejuízo econômico, também representam uma
reprimenda moral”.
Acerca
do trabalho, Emanuel Araujo, diretor
do Museu Afro Brasil e curador da mostra, destaca: “Há um aspecto importante nessa série fotográfica, a naturalidade entre
o fotógrafo e os fotografados, uma cumplicidade comovente fala mais alto, mais
solene, mais humano à procura da beleza, razão de qualquer existência. Sérgio
Guerra sabe da grande importância dessas suas fotografias porque ele é profundo
conhecedor do seu ofício, da luz natural de cada um dos belos rostos, de olhar
iluminado, de gestos sutis e de uma delicadeza amorosa e afetuosa”.
SERVIÇO
Exposição Sérgio Guerra – Negro Amor
Curadoria Emanuel Araujo
Coordenação Andrea Rehder e Flávia
Marujo
Abertura 20 de Agosto de 2013, terça-feira, às 19h
Período
de 21 de Agosto a 21
de Setembro de 2013
Local Paralelo – www.paralelogaleria.com
Rua Artur de
Azevedo, 986, Pinheiros – São Paulo, SP
Tel: (11)
2495-6876
Horário segunda a sexta das 10h
às 20h, sábado das 11h às 16h
Nº de obras 30
Técnica fotografia
Dimensões 52x80cm / 60x40cm / 60x60cm
Preço de R$4.600,00 a
R$8.200,00
Ass. Imprensa - Balady Comunicação – Silvia Balady/Zeca Florentino
Tel.:
(11) 3814.3382 – contato@balady.com.br
O
artista
Fotógrafo,
publicitário e produtor cultural, Sérgio
Guerra nasceu em Recife, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, até se
fixar na Bahia nos anos 80. A partir de 1998, passou a viver entre Salvador,
Rio de janeiro e Luanda, onde desenvolve um programa de comunicação para o
Governo de Angola. Em suas constantes viagens pelo país, testemunha momentos
decisivos da luta pela paz e reconstrução, constituindo um dos mais completos
registros fotográficos das 18 províncias angolanas. Seu acervo fotográfico
propiciou a publicação dos livros 'Álbum de família', 2000, 'Duas ou três
coisas que vi em Angola', 2001, 'Nação coragem', 2003, 'Parangolá', 2004, 'Lá e
Cá', 2006, 'Salvador Negroamor', 2007, ‘Hereros-Angola’, 2010, além da montagem
de diversas exposições em várias cidades do Brasil, em Zimbabwe, Luanda, Lisboa
e em Madrid.
A galeria
A galeria Paralelo
foi criada por Andrea Rehder e Flávia Marujo, com foco na criação
contemporânea em suas últimas manifestações. Tem como objetivo a
produção, exibição, promoção e comercialização da obra de seus artistas,
destacando tanto a constância artística dos mais renomados quanto a ousadia e
frescor dos mais jovens. Está também implicada em construir uma ponte entre o
Brasil, Europa e América Latina em busca de troca de experiências na
diversidade das expressões plásticas.
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