segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O "Mundo Imaginário" do artista plástico Fernando Duval

Pitoresco - Principal

Hora do Brasil






Imaginário e real Visite o site de Fernando Duval


Ao selecionar as obras de Fernando Duval, constantes na presente exposição,  a opção da curadoria ocasionou para que a galeria Garagem de Arte Stockinger exibisse um corte expressivo e panorâmico no universo pessoal do artista. Nela, será a ocasião de apreciar a maturidade, domínio de linguagem e técnica do artista através de alguns de seus incontáveis personagens, fauna e flora, mapas, paisagens e aspectos astronômicos.
Criador de um mundo imaginário, o "Wasthavastahunn", Fernando Duval trilhou um caminho longo que, desde sua juventude, existe há mais de cincoenta anos e neste  trabalho contínuo, estabeleceu uma obra cultuada e original, viva, permanentemente in progress.
O tempo apontará o artista como um dos mais brilhantes criadores em todo o mundo  e a um nível tão alto e próspero de criação que desde agora podemos, por exemplo, alinhá-lo (e é terrível fazer paralelos..) a um Xul Solar, um Ismael Nery, sem com isso assinalar alguma influência desses igualmente excepcionais artistas. Não. Duval impõem-se por haver criado seu alfabeto humano pleno de personalidades bizarras, através das quais executa um "julgamento" demonstrado em incontida crítica de sutil ironia, por vezes impiedosa e ao mesmo tempo terna, mas perpassada por traços filigranados onde a delicadeza exibe um contraste surpreendente e cativante.



Além de percebermos, por causa do humor reinante, um determinado caráter lúdico em muitos trabalhos e um acento "literário" porque (no fundo) nos conta uma longa história, não nos iludamos. Fernando Duval projeta em seus personagens tudo e muito do que conhecemos das mazelas e alegrias humanas e esse senso de observação acurado é que nos transporta a esse outro plano, a esse universo imaginário mas possível, o "Wasthavastahunn". É lá que vamos encontrar seus personagens centrais como na rigidez da postura majestática do "Gabbinoso" e na elegância de "Ada Andes"; mas também os "Veneráveis Venérius e Magállius", "Capólogo Sechetti" e "Marifalda Bussoleta".
Fernando Duval assinala ser a vida cultural do seu "Wasthavastahunn" dominada por oito instituições principais: "Capologia", "Concretus Runs Tabboi", "Jogo do Gabbantino", "Sistema Denckler", "Fundação Andraten", "Museu Gallimerda", "Institutos do Silêncio" e "Comissão Rélibus Comendatis", como podemos perceber trata-se de um universo de alta complexidade.
Concluiu-se que o "Wasthavastahunn" existe, ele é um fato...você já observou em torno? Às vezes ele está ao alcance de um simples olhar ou arquivado/guardado em sua memória...
A obra de Fernando Duval foi exaustivamente analisada pelo crítica de arte nacional por nomes de relevância como Antônio Bento, Jacob Klintowitz, Marc Berkowitz, Walmir Ayala, Geraldo Edson de Andrade, Jayme Maurício e outros, e exposta em diversos países como Itália, França, Uruguai, Argentina, Bolívia, Espanha, Alemanha, Suiça, Portugal e Estados Unidos onde foi editado o livro "At the Mountains of Madness", de H.P. Lovecraft, com ilustrações do artista.
Rio de Janeiro, setembro de 2013.
RENATO ROSA
Curador/Coautor do "Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul", Editora da Universidade, UFRGS, 1999.

Renato Rosa
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renatorosa09@gmail.com

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