Lena Bergstein
Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro [MAM Rio]
Abertura: 15 de
junho de 2013, às 16h
Até 18 de agosto
de 2013
Curadoria: Luiz
Camillo Osorio
Realização: MAM
Rio
Mantenedores
do MAM: Petrobras, Light e Organização Techint
O
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Petrobras, a Light e a
Organização
Techint, apresentam, de 15 de junho a 18 de agosto de 2013, a exposição da
artista Lena Bergstein, carioca radicada em São Paulo . Em 1992, ela
realizou a instalação “Tenda”, no MAM Rio, e agora apresentará, no Foyer do
Museu, quinze trabalhos inéditos – pinturas, “livros” e cadernos de anotações –
produzidos desde 2010 até hoje, e feitos especialmente para esta mostra.
Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, a exposição apresentará a mais nova produção da
artista, cuja poética é centrada nas questões da escrita, do espaçamento, do
livro e das relações entre o texto e a pintura. “Me interessa a relação entre a
letra e a visualidade, que é uma pesquisa antiga de Lena Bergstein. Conheci seu
trabalho através de sua interferência no livro do Derrida sobre Artaud, que
acho muito bonito. Estas contaminações das artes visuais me interessam. Fizemos
a homenagem ao Cage, a exposição da Laura Erber, e do escultor Rui Chafes”, diz
Camillo Osorio. “No caso de Lena Bergstein, a investigação
plástica atuando na fronteira da pintura e da escrita, da cor e da página, do
tempo e do espaço, vem acontecendo já desde algum tempo e ela traz ao museu uma
parte significativa e concentrada deste trabalho”, observa.
Lena Bergstein morou dois anos em Paris, onde participou dos seminários
de Jacques Derrida, e ganhou o Prêmio Jabuti pela melhor produção editorial de
1999 com o livro “Enlouquecer o
Subjétil”, criado em parceria com o filósofo.
Na mostra, a artista apresentará sete “livros de
artista”, que são livros, que medem aproximadamente 50cm x 50cm, com dez
páginas em média cada um. As páginas são feitas de telas – um deles em papel. Nessas
“páginas”, a artista faz pinturas em tinta acrílica e insere pequenos textos.
Na exposição, os livros poderão ser manuseados pelo público.
Os textos dos livros são inspirados no livro “Amor, o que é, como se faz”, do filósofo
francês Jean-Luc Nancy (Bordeaux, 1940). Nas obras, Lena insere frases do livro e também dela
própria, mesclando pensamentos dela e dele sobre o amor. “O livro para um artista é uma obra múltipla,
aberta, inacabada, imagem e texto com suas formas móveis, com seus ritmos, seus
espaços, onde afetos e sentimentos são levados de página em página, de uma
folha para outra. As linhas se interrompem, a escrita sussurra, fala por
fragmentos, por meias palavras, compõe frases, espaços, planos, riscos, numa
certa ilegibilidade, onde cada página difere da outra, onde há em cada uma o
desejo de se elevar à potência de uma noite de astros”, diz a artista.
Luiz
Camillo Osorio afirma que “estes trabalhos nos fazem perceber um gesto que
busca retomar a expressão simbólica anterior à linguagem codificada. O olhar
hesita, desacelera-se e se deixa conduzir pelo virar das páginas, por um olho
que vê tocando e por uma mão que toca vendo. Neste aspecto, voltamos à
experiência ancestral da escrita em uma época marcada pela aceleração
tecnológica. A arte é capaz de nos pôr diante de outras temporalidades que
ficam esquecidas e reaparecem”.
Os “livros de artistas” fazem parte de uma pesquisa
iniciada pela artista nos anos 1990. Para ela, o livro passa a ser “um objeto
plástico”. “Sempre trabalhei com a escrita, a palavra e o texto
também de uma maneira plástica. É um texto que se relaciona com o espaço da
página”, afirma a
artista.
PINTURAS
Farão parte da
exposição, ainda, cerca de seis pinturas das séries “Pequena conferência sobre
o amor” e “Fragmentos estéticos”, feitas em tinta acrílica sobre tela, em
grande formato, com tamanhos que chegam a 1,50m X 2m. As obras têm nomes
poéticos como “Distância do Sussurro”, e foram produzidas entre 2011 e 2013.
Em comum, os trabalhos possuem um tom forte e marcante
de azul e todos estão relacionados ao tema amor. “O amor é um sentimento azul. Um azul de Walter Benjamin, de um horizonte
sempre possível, azul do painel do livro de Ester, meu ultimo trabalho”,
explica a artista. “O azul é a tônica da exposição. Um azul profundo, opaco,
que transita do olhar para a imaginação. Seja na tela, seja nas páginas dos
seus livros-objetos, a cor e o gesto integram-se em uma escrita visual toda ela
projetada para a origem do sentido. É como se nos víssemos diante de um
grafismo atemporal, com manchas que parecem ter se fixado nas páginas e nas
telas com a naturalidade do limo que nasce na superfície das pedras umedecidas”,
ressalta o curador Luiz Camillo Osorio.
O trabalho de Lena Bergstein sempre
foi marcado por uma forte influência geométrica, de artistas como Paul Klee
(Suiça, 1879-1940). Formas como
triângulos e quadrados, aparecem na obra da artista há bastante tempo. Nos
trabalhos desta exposição, essas figuras brotam do fundo azul, realçando-o
ainda mais. “Em sua arte, a iconografia mostra a importância da imagem visual
como um operador de sensações e de afetos. Nos trabalhos da artista, aponta-se
para o sentido por meio de um gesto que nada demonstra e nada clarifica.
Manchas e triângulos suspendem as falas. Persiste uma obscuridade própria a
nossa existência corporal no mundo. Não um ideal, mesmo não acessível, de
transparência, mas o desejo de pensar sem conceito nem objetivo essa
obscuridade, irmã gêmea das iluminações que Lena promete e provoca”, escreve o
crítico de arte Rogério Luz no texto do folder que acompanha a exposição.
A mostra terá, ainda, cadernos de anotações da
artista, onde o público poderá conhecer o processo de trabalho de Lena
Bergstein. Neles, há desenhos, anotações e também a matriz que ela utiliza para
fazer monotipias. “Tento criar não apenas uma
prática específica, mas um mundo de relações e de diálogos, de intercâmbios. E
são essas inscrições que vão marcar o corpo da pintura e mostrar a densidade
desse corpo, criando várias camadas de significação e de sentido”, diz.
SOBRE A ARTISTA
Lena Bergstein nasceu no Rio de Janeiro em 1946. Cursou a Escola de Artes
Visuais e o atelier de Gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Participou de importantes bienais de gravura nacionais e internacionais, como
em Curitiba, Ljubliana, Miami, Fredrikstad, Bradford e Taiwan.
Dentre as principais
exposições individuais estão: “Livros”, no Centro Cultural Midrash, no Rio de
Janeiro, em 2012; “Relatos”, no Largo
das Artes, no Rio de Janeiro, em 2009; “Marcas
da Memória”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, em 2007; “A Escrita do Silêncio”, no Solar Grandjean de Montigny, na PUC-RJ;
no Instituto Ítalo Latino-Americano, em Roma, na Itália, e na Scuola
Internazionale di Grafica, em Veneza, na Itália, ambas em 2004; “Amarelo Cromo”, no Museu da Chácara
do Céu, no Rio de Janeiro, em 2003; “Telas
e Gravuras”, no Centro Internazionale di Grafica, em Veneza, na Itália,
e “Gravuras, Monotipias”, no
Centro Internazionale di Grafica, em Roma, na Itália, em 1990, entre outras.
Dentre as principais
exposições coletivas estão: “Gravure
Extreme”, na Europalia, na Bélgica“, em 2011; Manobras Radicais”,
no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo , em 2006; “Quatro artistas brasileiros”, em
Veneza, na Itália, em 1988; “Velha Mania, Desenho Brasileiro”, na Escola de
Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 1985; “Do Moderno ao
Contemporâneo, Coleção Gilberto
Chateaubriand”, no MAM Rio, em 1982; “Panorama
Atual da Arte Brasileira,
Gravura e Desenho MAM, em São
Paulo , em 1981, entre outras.
Foi a artista convidada para participar do colóquio internacional, “Jacques Derrida, Pensar a Desconstrução”,
em 2004, no Rio de Janeiro. Ministrou uma série de conferências, “Imagem e Texto na História da Arte”,
na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro, EMERJ, em 2007. Escreveu para a
revista TRIEB, para a revista do IPHAM, Patrimônio Histórico, e para os
Cadernos da Memória do Museu da República.
Serviço: Lena Bergstein
Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro
Abertura: 15 de junho de 2013, às 16h
Exposição: até 18 de agosto de 2013
Realização: MAM Rio
De terça a sexta, das
12h às 18h. Sábado, domingo e feriado, das 12h às 19h. A bilheteria fecha 30
minutos antes do término do horário de visitação.
Ingresso: R$12,00
Estudantes maiores de
12 anos: R$6,00
Maiores de 60 anos:
R$6,00
Amigos do MAM e
crianças até 12 anos: entrada gratuita
Quartas-feiras a
partir das 15h: entrada gratuita
Domingos ingresso família,
para até 5 pessoas: R$12,00
Endereço: Av. Infante
Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo –
Rio de Janeiro – RJ 20021-140
Telefone: 21. 3883.5600
Claudia Noronha / Beatriz Caillaux / Marcos
Noronha
21
2286.7926 e 3285.8687
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