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MAC
Niterói e Bradesco Seguros apresentam:
A
exposição “Sudário” do artista Carlos Vergara
A
definição de Sudário é um pano que antigamente se usava para limpar o suor. O
mais célebre é o sudário de Turim – uma relíquia cristã que supostamente teria
envolvido o corpo de Jesus Cristo. Sudário é o título da próxima exposição do
artista Carlos Vergara, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, no Museu de Arte
Contemporânea de Niterói, cuja abertura será no dia 14 de dezembro, sábado, às
11h. Embora não haja propriamente uma relação religiosa neste contexto, é
possível estabelecer relações entre este pano, que foi substituído
posteriormente pelo lenço, com a ideia do homem andarilho que, ao se colocar em
movimento, está aberto às descobertas que ultrapassam a ordem do visível.
Segundo
o curador da mostra: “o nome Sudário proposto pelo artista reflete sua busca e
vontade de potência de imprimir por imersão a presença ou memória ativa do
sagrado sobre a matéria, o pó e as ervas de um solo histórico por onde a humanidade
se curvou no seu destino solidário. Nestas viagens os lenços se tornaram
coletores ou sondagens arqueológicas de instan(cias) (tes) da cartografia de
uma consciência nômade do artista fazendo contato direto com as terras marcadas
pela odisséia humana. Nesta exposição já
não existem desenhos, pinturas ou representação decorativa de uma realidade
visível, mas sim, uma impressão cega de totalidades inacabadas contadas nos
próprios grãos da imensidão humana”.
Utilizando
uma prática já presente em sua obra, a monotipia, Carlos Vergara imprime em
lenços vestígios dos diversos territórios por onde passou ao longo de sua
carreira. Em “Sudário”, serão apresentadas obras realizadas em lugares como a
Índia, a Capadócia, o Cazaquistão, Londres, Pantanal, São Miguel das Missões e
Salvador.
Além
dos lenços, a exposição é composta por pinturas, fotografias trabalhadas em 3D
real e virtual, fotografias, monotipias em grande formato, vídeo e instalações.
No pátio do museu, serão montadas cerca de 30 esculturas do projeto “Liberdade”
realizadas com fotografias e portas gradeadas das celas recolhidas nos escombros
do Complexo Penitenciário da Frei Caneca, Rio de Janeiro, em 2011.
A
exposição do Vergara será deflagradora da “Farmácia Baldia da Boa Viagem”, como
um processo especial extra-muros, envolvendo cooperação entre o Projeto Arte
Ação Ambiental do MAC – a Comunidade do Morro do Palácio –, o programa Médico
de Família da Fundação Municipal de Saúde, o Departamento de Arte e o Instituto
de Saúde na Comunidade da UFF. A “Farmácia Baldia” foi realizada pela
primeira vez no Arte Cidade 3, em São Paulo. Na Boa Viagem, esta obra
territorial colaborativa se amplia como uma escultura de ação ambiental a
partir do mapa das espécies de ervas medicinais que florescem no entorno do
Museu. Cada erva identificada receberá uma bandeira de cor diferente. Um
programa de atividade será desenvolvido no Módulo de Ação Comunitária,
Maquinho, em frente ao MAC na comunidade Morro do Palácio (também desenhado
pelo arquiteto Oscar Niemeyer).
A
exposição aborda, portanto, uma das particularidades fundamentais na produção
de Carlos Vergara: uma prática artística prioritariamente realizada pela
impressão de vestígios que se dá pela poética do deslocamento e de apropriações
dos lugares visitados. “Isso é possível pela minha origem com a condição de
transitoriedade, sem deixar de considerar as relações interpessoais construídas
no processo, as quais se tornaram importantes no encadeamento da minha
poética”, explica Vergara.
Ao
longo dessa poética do deslocamento e por mais de cinco décadas de vida
artística, Carlos Vergara acumulou experiências e uma intensa pesquisa em
materiais e técnicas de trabalho. Uma parte dessa entrega à experimentação,
onde o artista realiza apropriações da transferência de imagens para o corpo do
trabalho, o público poderá conhecer nesta mostra. “Quero que o espectador
experimente o invisível através do visível. Quando fragmentos de lugares são
deslocados para o âmbito do museu, outras possibilidades de significados se
constroem”, explica Carlos Vergara, que deixa, ainda, algumas perguntas no ar:
“Como partilhar o espanto, a curiosidade, a admiração, o conhecimento, a
ignorância, o medo, a estupefação frente ao sagrado e os vestígios da aventura
humana nos seus lugares? Como trazer isso embrulhado num lenço?” A mostra é um
convite à viagem e à imaginação.
“Uma
importante dimensão simbólica se torna latente nas diferentes obras desta
mostra que expressa um sentido de catedrais, hospitais, prisões e,
essencialmente, um museu sem parede, como visão de uma utopia sem fronteiras do
acontecer solidário de viver juntos. Assim visitamos catedrais sem parede de
São Miguel à Capadócia, o sistema penitenciário da Frei Caneca, também sem
parede. Desta forma, a Farmácia Baldia
da Boa Viagem é também uma visão de saúde e saberes sem parede, fora dos
hospitais. O Sudário é uma grande mostra que também territorializa a
solidariedade e afetos do sentido da arte e do museu sem paredes. Afinal, a arte existe para produzir pensamentos. Os
museus existem sem paredes para produzir vozes e memórias futuras”, finaliza
Luiz Guilherme Vergara.
Serviço:
Exposição “Sudário”, do artista Carlos Vergara
Curadoria de Luiz Guilherme Vergara
Abertura: 14 de dezembro de 2013
Em cartaz até 23 de fevereiro de 2014
MAC de Niterói – pátio, salão principal e varanda
Mirante da Boa Viagem sem número – Niterói
Horário de visitação: de terça a domingo, das 10h às 18h
Ingressos a R$10,00
Estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos pagam meia
(R$5,00)
Entrada gratuita para estudantes da rede pública (ensino médio),
crianças abaixo de 7 anos, portadores de necessidades especiais e moradores ou
nascidos em Niterói
Entrada gratuita também às quartas-feiras
Obs.: a bilheteria encerra suas atividades 15 minutos antes do
horário de fechamento do museu.
Informações:
2620-2400 ou 2620-2481
Assessora
de Imprensa: Bárbara Chataignier (21) 99738-1243/ bchataignier@gmail.com
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