Reforma tira casamentos da igreja do Mosteiro

Fonte: Estadão Online
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FELIPE TAU e MARICI CAPITELLI

Prestes a completar 100 anos, a Basílica do Mosteiro de São Bento, no centro da cidade, passará pelo primeiro grande restauro de sua história. As intervenções começam nesta primeira semana de julho e só terminam no fim de 2014.

Segundo um dos porta-vozes do mosteiro, o monge João Baptista Barbosa Neto, as missas serão celebradas normalmente nesse período. “Não há necessidade de interdição. Além do mais, queremos que as pessoas acompanhem a reforma, para verem o quanto vai melhorar e darem mais valor ao mosteiro.”

Mas os casamentos serão cancelados na última fase dos reparos, entre 2013 e 2014, quando serão recuperados o teto e os três vitrais. “Não existe a possibilidade de mantê-los, haverá andaimes e tábuas.”

Até 2012, ainda é possível agendar matrimônios na igreja, mas a partir de 2013 os casamentos serão realizados apenas em uma capela menor, com capacidade para 200 pessoas sentadas, em restauro até abril do ano que vem. Uma das mais procuradas da cidade, a basílica do mosteiro já tem 15 casamentos marcados para este ano e 20 para todo o ano que vem – quando se comemora seu centenário, em 11 de julho, Dia de São Bento.

Mosteiro nos anos 30 - Clique na foto para ampliar

A recuperação será em três etapas. Até o fim deste ano, serão reparadas as imagens dos 12 apóstolos, cada uma com cerca de 3 metros de altura, além da Capela do Santíssimo. Em 2012, será a vez das capelas laterais e do órgão, com mais de 6 mil tubos – um dos maiores do País. O instrumento foi instalado em 1954, no 4º centenário da cidade.

Segundo o monge João Baptista, algumas peças serão trocadas, mas o órgão continuará funcionando. Caso seja necessário “calá-lo” temporariamente, um instrumento elétrico, que já foi usado em outras ocasiões, pode substituí-lo. Em 2007, a igreja teve sua fachada lavada para a visita do papa Bento XVI, mas não chegou a passar por obras.

Valores

O preço da reforma não foi informado, mas sabe-se que ela será inteiramente financiada por um patrocinador “pessoa física”. O mosteiro informou que não há uso de incentivos fiscais na obra. “Este é um dos únicos mosteiros do mundo encravados numa metrópole. A gente luta para preservar isso”, comemorou Baptista ontem, ao falar da restauração.

O restaurador Francisco Zorzete, diretor da Companhia do Restauro, acredita que a recuperação do mosteiro confere a importância da sua localização, o chamado “triângulo histórico” tem para São Paulo. “O mosteiro é um patrimônio arquitetônico e religioso com o qual a sociedade se identifica e faz referência a ele na cidade. E o importante de um monumento é justamente esse reconhecimento que as pessoas atribuem a ele.”