segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nova York de olho na arquitetura paulistana

São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mostra em NY mapeia arquitetura paulistana

Sete escritórios com até dez anos expõem reinvenções do modernismo

Em novembro, jovens nova-iorquinos fazem o caminho inverso e vêm à Bienal de Arquitetura, que se muda para a Oca

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Jovens, cosmopolitas, ecologicamente corretos. Sete escritórios da "nova" arquitetura paulistana expõem seus projetos desde a última quinta-feira em Nova York, dentro do programa "New Practices" (novas práticas) desenvolvido pelo AIA (American Institute of Architects).
Reunidos, seus trabalhos apresentam para os olhos estrangeiros um panorama do pensamento arquitetônico do Brasil pós-Niemeyer ou pós-Mendes da Rocha .
Há, sim, uma inspiração geral no modernismo que tornou a arquitetura brasileira referência. Mas há também o desejo de repensá-lo, transgredi-lo e reinventá-lo.
Influenciados, cada um a seu modo, pela tradição, os sete selecionados -Metro, Vazio S/A, Triptyque, 23 Sul, Yuri Vital, PAX.ARQ e Arkiz - dividem-se ao apontar as suas principais referências e as vantagens e desvantagens da produção brasileira em face da norte-americana (veja quadro à esquerda).

NOVA-IORQUINOS EM SP
A seleção de participantes foi feita por um júri de arquitetos e urbanistas brasileiros da geração anterior -Ricardo Ohtake, Roberto Loeb, Isay Weinfeld, entre outros. Para participar, havia um pré-requisito crucial: os escritórios deveriam ter menos de dez anos de existência.
São Paulo é a terceira cidade participante do projeto, que já expôs as "new practices" de Londres e de San Francisco. Foi escolhida depois que um arquiteto ligado ao AIA, Matthew Brenner, veio à cidade e ficou surpreso com o que viu.
"Dado o desenvolvimento econômico e a escolha para sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, as cidades brasileiras estão ganhando mais construções do que qualquer outro lugar no mundo", disse Margaret Castillo, presidente do AIA-NY.
Segundo ela, os jovens escritórios poderão "ensinar muito" sobre métodos construtivos inovadores.
A exposição é parte de um intercâmbio com o IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil). Em novembro, jovens escritórios nova-iorquinos vêm à Bienal de Arquitetura, que neste ano se muda para a Oca. Fazem o caminho inverso e mostram aqui o que tem sido feito por lá.

LOCAL E GLOBAL
A circulação internacional desses grupos brasileiros não é de agora. Os sócios da Vazio S/A já haviam sido mencionados por reportagem especial da revista britânica "Wallpaper" sobre a nova cena brasileira na arquitetura, publicada no ano passado.
Escritório franco-brasileiro, o Triptyque expôs na Bienal de Veneza em 2008 e ganhou recentemente o prêmio Zumtobel, na Áustria.
Quase todos os participantes do projeto venceram concursos dentro e fora do país.
Mas a maioria dos projetos apresentados em Nova York diz respeito ao Brasil. O grupo 23 Sul, por exemplo, quis levar a Nova York "projetos em três diferentes escalas de intervenção": um plano diretor para um conjunto habitacional na periferia de São Paulo; um terminal de ônibus no bairro de Marechal Deodoro, no Rio, e uma residência unifamiliar em Cotia.


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