A exposição ‘faz-se em si o lugar’ de Amanda Teixeira apresenta fotografias, vídeos e objetos que escapam de uma apreensão específica. Os trabalhos apontam para fora de si, indicam memórias, sugerem acontecimentos que não estão diretamente visíveis na superfície das peças. São imagens/tempos gravados, guardados, retrabalhados que pretendem evocar sensações de passagem, esquecimento, afastamento. Remetem ao estado de um sonho dentro do outro, ficções onde a lembrança da experiência vivida funde-se com a linguagem criada.
- Elaine Tedesco
O trabalho de Amanda lembra algo que se descola, como uma membrana, da superfície das imagens. Um simulacro, um fantasma, algo que, como uma sombra, é animado, resultado de um lento processo de elaboração e de transformação das imagens. Uma manifestação de uma pulsão da forma, capaz de gerar duplos de substituição. A fotografia, neste caso particular, mostra-se um meio privilegiado para mostrar esses duplos, seja através do método, utilizando diferentes tonalidades de sobras de provas de laboratório, subprodutos de seus próprios negativos, umas mais claras, outras mais escuras, seja nos temas abordados, como ruínas ou lembranças de infância. Essas projeções de fantasmas do bem, fantasmas infantis, são escópicas, uma espécie de jogo de duplos de quem que manipula um modelo de brinquedo que se repete infinitamente. Diálogos de sombra, de luzes, que se repetem como múltiplos visando inevitavelmente o sonho, matéria-prima da imaginação.
- Eduardo Vieira da Cunha, artista plástico
DE 8 DE MAIO A 9 DE JUNHO
Local: Galeria Iberê Camargo, térreo da Usina do Gasômetro
Porto Alegre - RS
Visitação: De terça a domingo, das 14h às 19h
Abertura: 7 de maio, às 19h
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