domingo, 19 de maio de 2013

O juiz e a lógica reversa > Uma lenda de Aquiraz, no Ceará

O texto abaixo é do jornalista cearense Macário Batista e foi publicado no jornal "O Estado", de Fortaleza-CE

O humor cearense, aquele que faz vítimas, às vezes, passa de caçador à caça. Rola uma história engraçada na rede mundial de computadores que, se fosse verdade, o que muito provavelmente não é, não seria surpresa pra nós aqui. A publicação aí, faço-a pelo enredo, porque realmente é a cara das coisas da gente, moleque que somos desde o Sapé, em Limoeiro do Norte ao Henrique Jorge, na região do velho Jóquei Clube. Leia: 

O prefeito de Aquiraz (CE), Antônio Fernando Freitas Guimarães, do PSB, veterinário, disse que ficaria neutro... 

A história é esta:

Tarcília Bezerra começou a construção de uma expansão de seu cabaré, para aumentar suas “atividades” em constante crescimento, após a criação de Seguro Desemprego para pescadores e vários tipos de Bolsas. 

Em resposta, a Igreja Universal local iniciou uma forte campanha para bloquear a expansão - com sessões de oração em sua igreja de manhã, à tarde e à noite. O trabalho da ampliação e reforma progrediu célere até a semana antes da grande reabertura, quando um raio atingiu o cabaré da Tarcília, queimando as instalações elétricas provocando um incêndio que destruiu o telhado e grande parte da construção. 

Após a destruição do cabaré, o pastor e os crentes da igreja ficaram bastante presunçosos e se gabavam para todos “o grande poder da oração.”  Mas, na semana passada, Tarcília processou a igreja, o pastor e toda a congregação com o fundamento de que a Igreja “foi a responsável pelo fim de seu prédio e seu negócio - seja através de intervenção divina, direta ou indireta e ações ou meios.“ 

Na sua resposta à ação, a igreja, veemente e vorazmente negou toda e qualquer responsabilidade ou qualquer ligação com o fim do edifício. 

O juiz, sábio e encafifado, leu a reclamação do autor e a resposta do réu, e na audiência de abertura, comentou: 

“Eu não sei como diabos eu vou decidir neste caso, mas parece que a partir do que li até agora, temos uma proprietária de cabaré que firmemente acredita no poder das orações, e uma igreja inteira que pensa que as orações não valem nada”.

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