Everardo Miranda
Anita Schwartz Galeria de Arte, Rio
Abertura: 26 de junho de 2013, às 19h
Exposição: 27 de junho a 27 de julho
de 2013
Entrada Franca
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de
26 de junho para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição do
artista Everardo Miranda, uma única e grande instalação pensada especialmente para
a Galeria.
Everardo Miranda aplicará óxido de ferro seco nas
paredes por meio de fricção, numa extensão de 19 metros lineares, com
quatro metros de altura. As bordas serão difusas, esfumaçadas, com exceção de
um metro de largura no centro da parede frontal, onde ele deixará um espaço
vazio, “como um ato escultórico de desbastar, retirar o excesso”, explica. Nas
paredes laterais a pintura em óxido de ferro estará demarcada em dois grandes
retângulos. O excesso do pigmento ficará
depositado no chão, “resíduos” desta ação.
“Depois
de tanto tempo, o trabalho se apresenta em toda sua dimensão pictórica na
Galeria Anita Schwartz. As grandes superfícies de parede impregnadas de óxido
de ferro são murais contemporâneos e não deixam de trazer para o presente a
memória moderna na sua delicada vertente em que a arte – de Rothko a Mira
Schendel – nos ensinou como ela aparece no mundo. Depositado por fricção pelo
artista, o pigmento parece que sempre esteve lá, de alguma forma escondido, e
resolveu um dia surgir numa aparição monumental. A escala nos envolve e nos
contém. De certo modo, somos possuídos por essa cor de ferrugem ancestral de
nossas montanhas do interior. Mas nessa posse, como que abraçados pela pintura,
não há nenhum gesto violento. Como em toda doutrina do aparecimento da
arte, predomina a afabilidade, de quem apenas diz: “Ó eu aqui.”, afirma o
crítico de arte Paulo Sérgio Duarte no texto que acompanha a exposição.
O uso do óxido de ferro como uma pele no grande cubo
branco da Galeria – 200 metros quadrados de área com 7,5m de altura
– remete à ideia de escultura, e ainda, ao retângulo tão caro à pintura. Ele
observa que o óxido de ferro é também o elemento encontrado nas pinturas
pré-históricas como nas cavernas de Lascaux, na França, ou nas de Altamira, na
Espanha.
"Não
é por acaso que a substância da pintura sobre a parede é a mesma que está
presente em inúmeras de suas esculturas. A relação de parentesco entre as
dimensões pictórica e escultórica do trabalho determinada pelo material aparece
como algo inevitável como se quisessem reforçar a origem comum”, ressalta Paulo
Sérgio Duarte.
Com este trabalho, o artista quer criar a sensação de
que o espectador faz parte da obra. “É como se você estivesse dentro do
trabalho”, ressalta.
O artista diz que a ambiguidade é um dos aspectos presentes
em sua obra, desde o início de sua trajetória. “Neste trabalho, está tudo lá: pintura,
escultura, instalação, além dos limites difusos dos retângulos”, explica
Everardo Miranda.
GRAVURAS
Durante a exposição, serão lançadas dez gravuras
inéditas, feitas pelo artista especialmente para esta mostra. As gravuras medem
70cm x 50cm e cada uma terá uma tiragem de dez exemplares.
As gravuras reproduzem uma série de desenhos do
artista feitos em 1974, que fazem parte da coleção do Gilberto Chateaubriand.
Essas imagens foram “redesenhadas” no computador. A impressão é digital e foram
produzidas pela Lithos Edições de Arte. Nesses trabalhos, a ambigüidade também
está presente. “Altero as conexões nos cantos dos retângulos, produzindo uma
leitura ambígua dos planos que constroem a imagem”, diz.
Everardo Miranda tem sido chamado para intervir em
projetos arquitetônicos monumentais na Itália. No outlet Soratte, nos arredores de Roma, ele realizou a obra “O Sole Mio”, projeto de 2005, inaugurado em 2008.
Nesta obra, ele criou desenhos no chão, numa área de 23 mil metros quadrados,
usando pedras da região da Toscana, um grande mosaico simulando sombras da construção.
Criou um “diálogo de sombras”. O detalhe foi que utilizou como cálculo a
incidência do sol sobre o Rio de Janeiro, criando uma estranha duplicidade, já
que, como Roma fica no hemisfério norte, as sombras, a real e a fictícia, se
projetam em direções opostas e nunca se encontram.
Em
2008 realizou outro grande mosaico na pavimentação de um prédio empresarial,
também em Roma.
SOBRE O ARTISTA
Everardo Miranda (Rio de
Janeiro, 1951, arquiteto formado pela UFRJ) realizou suas primeiras exposições
em 1971, no antigo Instituto de
Belas Artes (IBA), em 1981, quando
expôs desenhos e esculturas na Galeria Cândido Mendes, Rio, e em
1981/82, na Galeria Sergio
Milliet, Funarte, no Projeto ABC – Arte Brasileira Contemporânea, criado por
Paulo Sergio Duarte.
Foi diretor de Artes Visuais da Secretaria
Municipal de Cultura / RioArte, entre 1983 e 1988. Inaugurou o Espaço Cultural
Sergio Porto em 1983 com uma retrospectiva de instalações de artistas
importantes como Cildo Meireles, Tunga, Antonio Dias, Waltercio Caldas, Artur
Barrio, José Resende e Umberto Costa Barros. No mesmo período, cria o projeto “Instalações
no Parque da Catacumba” e lança a série de vídeos “RioArteVideo- Arte
Contemporânea”, até hoje exibida nacional e internacionalmente.
Em 1990, reassume a
direção de Artes Visuais da RioArte, quando cria e faz a curadoria, até 1993, das exposições da “Galeria Sergio Porto”, e do
“Gabinete de Arquitetura”. Como assessor da Secretaria Municipal de Cultura,
em 1994, criou o projeto “Esculturas Urbanas”, que resultou na instalação de
cinco esculturas monumentais contemporâneas em áreas do Corredor Cultural –
Centro do Rio (Waltercio Caldas, José
Resende, Ivens Machado, Weissmann e Amílcar de Castro) – projeto desenvolvido pelo crítico de arte Reynaldo
Roels Jr.
Em dois períodos
distintos - de 1995 a
1997, e de 2009 a
2011, foi diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro.
Em 2005, retoma sua produção artística e expõe na
Galeria Mercedes Viegas e na Galeria Bolsa de Arte, em Porto Alegre , durante
a Bienal do Mercosul. Em 2009, expõe na Anita Schwartz Galeria de Arte.
Suas exposições foram
acompanhadas de textos dos seguintes críticos: Paulo Venâncio Filho, Ronaldo
Brito, Gloria Ferreira e Luiza Interlengui;
Na atual exposição,
na Galeria Anita Schwartz , o texto é do
crítico Paulo Sergio Duarte.
No momento,
desenvolve o projeto “Costruzione Legittima”, pintura em um teto a ser
construído sobre as plataformas de embarque da estação central de trens,
RomaTermini, medindo 152 x 107m, em Roma, na Itália.
Suas obras figuram em importantes coleções
particulares, como as de Gilberto Chateaubriand, Thomas Cohn, Universidade
Cândido Mendes, Luis Antonio Almeida Braga, Raquel Arnaud, Cildo Meireles, entre
outros.
Serviço: Everardo Miranda
Anita Schwartz Galeria de Arte, Rio
Abertura: 26 de junho de 2013, às 19h.
Exposição: 27 de junho a 27 de julho de 2013
Entrada Franca
Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100,
Rio de Janeiro
Telefones: 21.2274.3873 e 2540.6446
Horário: 10h às 20h, de segunda a sexta, e das 12h às
18h, aos sábados
Entrada franca
Mais informações: CW&A Comunicação
Claudia Noronha /
Beatriz Caillaux/ Marcos Noronha
21 2286.7926 e
3285.8687
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