"Impressão Sol Nascente", o quadro de
Monet que deu nome ao Impresionismo
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Paulo Victorino (Pitoresco)
Uma exposição organizada no ateliê de Felix Tournachon Nadar, em Paris, no dia 15 de abril de 1974, da qual participaram Monet, Renoir, Cézanne, Degas e Manet, dá origem oficial ao movimento chamado Impressionismo.
Embora Manet, certamente por modéstia, não se considerasse impressionista, foi ele o elemento catalisador capaz de unir e manter juntos os demais artistas. O Impressionismo surgiu em torno de Manet bem antes dessa data e desapareceu, como movimento, após a morte do grande artista, em 1883.
Monet (clique na imagem para ampliar)
O que se fez após a morte de Manet ainda era conhecido como Impressionísmo, mas estava livre dos rígidos cânones estabelecidos pela confraria. Na sua forma ortodoxa, o Impressionismo estabelecia, entre outras coisas, que:
- A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
- É também com isto uma pintura instantânea(captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia.
- As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor.
- As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena.
- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo.
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica.
- (O texto com marcadores foi copiado da Wikipedia),
O Impressionismo representou uma revolução cultural, na medida em que rompia com a arte acadêmica, que vivia nesse instante seu momento mais sublime, com o Neoclássico, buscando a perfeição da arte greco romana e do Renascimento, valorizando a perfeição dos detalhes nas linhas, nas formas e nas cores.
Un bar aux Folies-Bergère foi o
último quadro pintado por Manet
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último quadro pintado por Manet
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Não tardou em se abrir uma luta feroz entre neoclássicos e e impressionistas, os primeiros (sobretudo Bouguerot) taxando impressionistas de charlatães por oferecer uma pseudo arte de borrões coloridos, feitos às pressas e vendidos como se fossem arte genuina.
Ambos os lados estavam corretos em seus pontos de vista. Um quadro neoclássico podia levar dois anos para ser pintado, um quadro impressionista podia (e devia) ser pintado em duas horas, já que ele captava a luminosidade do instante e essa luminisidade muda constantemente. O neoclássico cuidava da forma, da perfeição dos detalhes; o impressionista se preocupava com o conteúdo, o impacto emocional que a pintura poderia despertar no observador. De sua perspectiva individual, um e outro viviam a sua verdade.
Paul Cezanne (clique na imagem para ampliar)
Para finalizar, é importante ressaltar que revoluções não surgem ao acaso, há fatores externos que as impulsionam. No caso do Impressionismo, a principal determinante foi a revolução industrial. Até então, o pintor produzia as tintas em sua “cozinha”, com fórmulas que só ele e seus discípulos conheciam. Para pintar uma paisagem, por exemplo, o artista ia a campo com uma prancheta, fazia esboços e anotações a lápis e depois, no ateliê, apelava para a memória para reproduzir as cores e detalhes.
A revolução industrial colocou tintas em bisnagas à disposição do artista. Munido com uma caixa de bisnagas nas mais variadas cores, ele punha, então, um cavalete às costas e ia pintar no próprio local, captando o que via naquele exato instante. Podia, como nenhum outro antes, registrar o momento, sem precisar recorrer da memória, pois o cenário ali estava, diante do cavalete e dos olhos do pintor.
Embora se tenha convencionado que a arte moderna teve início em 1906, com o fauvismo, podemos dizer com segurança que, ao romper com o academicismo, o movimento impressionista foi o primeiro e decisivo passo para o surgimento do modernismo. Rompeu-se a barreira, quebraram-se os grilhões e, após a morte de Manet, até a rigidez das regras foi afastada, dando ao artista a liberdade necessária para inovar. E a inovação foi a mola propulsora do modernismo durante todo o Século 20.
Uma curiosidade: Manet e Monet tornaram-se grandes amigos, mas nem sempre foi assim. Mais experiente, mais velho e com nome na praça, o mestre Manet ditava as regras, atraia público e vendia bem. Monet precisava ainda firmar conceito e se valia da confusão de nomes para tirar proveito, realizando exposições nos mesmos locais anteriormente usados por Manet. Custou um pouco para os dois se entenderem.
Manet morreu em 1883, de sífilis, que era, naquela época, uma doença carregada de preconceito, assim como a aids nos dias de hoje. Em homenagem ao submundo, que frequentou, seu último quadro teve como modelo uma prostituta, cujo nome se perdeu no tempo (Veja o quadro em imagem ampliável e os comentários críticos na Wikipedia).
Já Monet viveu até 1926. Sobrevivendo Manet em mais 43 anos tornou-se um nome de referência como nem um outro, superando em muito a fama do mestre.
A libertação da camisa de força representada pelas regras rígidas do movimento fez surgir o pós impressionismo, movimento de ligação entre o Impressionismo e o Modernismo. Dele participaram, com destaque, Van Gogh e Gauguin.
Van Gogh, um elo entre o Impressionismo e o Modernismo
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Monet passou os últimos 15 anos de sua vida pintando os jardins
de sua propriedade, com imagens que se distanciavam do
Impressionismo e se aproximavam do Modernismo
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Impressionismo no Youtube
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