Já notaram como as pessoas gostam de se meter na vida dos outros? É verdade, mas nem sempre essa prática pode ser rotulada de leviandade, fofoca, falta do que fazer, intromissão, ingerência ou qualquer outra conotação negativa que se queira dar. Resumindo, é a ótica que as pessoas têm sobre os outros. Essa ótica, inevitavelmente, se transforma no conceito que teremos daqueles que interagem conosco. Contudo, a regra geral é cuidar da própria vida e não se meter na dos outros.
Como sempre, isso terá um lado positivo se a intromissão for ética, honesta e sem interesse pessoal, acho que sempre valerá uma reflexão sobre as idiossincrasias alheias.
Vou lhes dar exemplos mais adiante, como sempre, sem citar nomes. Decerto, vocês terão inúmeras outras histórias parecidas, mesmo desconhecendo os problemas paralelos, invisíveis, que as pessoas estão vivendo. Daí os ditados: ‘O corcunda sabe como se deita’ e ‘Cada qual sabe onde o calo lhe aperta’.
Um lugar quase perfeito
Sei de um hospital, excelente por sinal, majestoso, amplo por demais, um dos poucos que prodigalizam espaço. Sabe o que me leva a não lhe dar uma nota dez? Apenas por um detalhe, para mim muito importante. Todas as pessoas lúcidas sabem que um dia vão morrer. Todas as pessoas esclarecidas sabem que nos hospitais sempre há uma morgue – local onde os cadáveres são colocados, até que sejam removidos para os seus destinos finais.
No hospital em questão, há dois estacionamentos contíguos: o da parte da frente, num plano mais baixo, destinado aos pacientes e visitantes, e o que vem a seguir, um pouco mais acima, usado pelos médicos e funcionários. Estes sabem que num hospital é comum os pacientes saírem vivos – e eles lutam muito para isso – ou mortos.
Acontece que a morgue desse hospital fica em frente ao estacionamento dos médicos, ou seja, na passagem obrigatória de todos os mortais que vão àquele hospital e estacionam seus automóveis na parte da frente. Pergunto: no que pensará o paciente que chega para uma cirurgia e vê um ou dois corpos na morgue, enrolados em lençóis brancos? A cena patética fica ali exposta, de porta e janelas abertas. Tomara que alguém de lá tenha percebido que tais cenas causam constrangimentos.
De fora a visão é mais ampla
Como já disse, a regra geral é não se meter na vida alheia, pois cada um deve saber como conduzi-la. Contudo, quase sempre, não se tem uma visão nítida do que estamos fazendo. Então, para enxergarmos melhor é necessário afastarmos os objetos dos nossos olhos. Experimente encostar uma folha que esteja lendo na ponta do nariz. É por aí... No caso do hospital, a morgue está encostada nos narizes do diretor, do administrador e dos médicos, além de que, para eles, se trata de uma situação tão rotineira, quanto normal. De tanto vê-la, nem mais a enxergam.
Portanto, há que se ter uma tomada externa de quaisquer empreendimentos, que pode ser até a visão do próprio dono, desde que ele consiga se colocar afastado, no lugar de seus clientes. Os consultores de todas as áreas sabem disso.
A pirâmide da sabedoria
Para mim, o Século XXI é o século da tríade: informação, conhecimento e bem estar das pessoas.
Esse tripé forma uma pirâmide. Na base, a informação, gerando obrigatoriamente o conhecimento, que estará no meio da pirâmide. No ápice deverá sempre estar o bem estar, a satisfação das pessoas.
O ser humano tem que ser o objetivo de tudo que se faz. E ainda há gente que não se apercebeu disso. Daí, a opinião – e a satisfação – das outras pessoas ser tão importante. Não só é importante como pode ser vital para a sobrevivência dos empreendimentos.
Laboratórios antipáticos
Tomava um medicamento para regular a pressão arterial, que era até baratinho... Só que, mesmo sendo de uso contínuo, as caixas vinham com 20 drágeas. Ora, se os meses têm de 28 a 31 dias e o remédio é de uso contínuo, por que não vêm com 31 drágeas? Como se trata de medicamento muito usado por aposentados, que ganham um salário-mínimo mensal ou pouco mais, vejam que maldade...
Agora, tomo um medicamento para o mesmo fim, só que muito caro... É fabricado por um laboratório bem sofisticado, assim como as drágeas são embaladas. Prestem a atenção no requinte: cada caixa, caríssima, vem com 28 drágeas e eles só acertam nos meses de fevereiro, mesmo assim quando o ano não é bissexto. Antipático, muito antipático...
Porque certas empresas fecham
Num passado que já vai longe, havia um restaurante que servia uma paella para ninguém botar defeito. Sempre íamos lá.
Certa feita, um casal amigo nos visitou e fomos lá saborear o tal petisco. Na hora da sobremesa, duas baratas francesinhas apareceram na nossa mesa...
Uns meses depois, o restaurante foi demolido. Hoje, no local, funciona um estacionamento de automóveis. Por que será?
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