O
Museu de Arte Contemporânea de Niterói reabre em grande estilo, no dia 6 de
abril, sábado, às 17h, a sua primeira grande exposição do ano. Imagem em
processo. Charif Benhelima: Polaroids 1998-2012 apresenta um
panorama da obra em Polaroid do artista Charif Benhelima,
um dos grandes expoentes da arte contemporânea belga. Os curadores são
Christophe De Jaeger – um dos curadores do BOZAR – e Daniella Géo - brasileira radicada na
Bélgica e responsável pela curadoria da itinerância.
Iniciada
pelo Palais de Beaux-Arts (BOZAR), em Bruxelas, aclamada pela crítica
internacional e prolongada devido ao sucesso que obteve, a exposição chega ao
MAC de Niterói, trazendo 128 Polaroids, divididas em quatro séries: Harlem
on my Mind - I was, I
am (1999-2002), Semites (2003-2005), Black-Out (2005 -
presente) e Roots (2008 - presente). Serão expostas, ainda, três
obras em grande formato e um livro de artista, derivados dessa pesquisa.
“A exposição é, de certa maneira, como uma
visita íntima ao ateliê do artista, pois o visitante tem acesso à base da
obra de Benhelima, além de poder observar o desenvolvimento de suas
pesquisas fotográficas. É a primeira vez, e possivelmente a única, que o
artista mostra o conjunto de sua pesquisa em Polaroid. É uma oportunidade
conhecer de perto. Seu trabalho é complexo, suas imagens são, ao mesmo
tempo, imbuídas de uma pungência e de uma delicadeza para tratar de
questões políticas e sociais, hoje, praticamente emergenciais”, afirma
Daniella.
Como que na contra-corrente da proliferação
das imagens digitais, Benhelima embarca, a cada série, em uma
nova investigação estética, formal, conceitual e, por vezes, metodológica, com
Polaroid 600. A percepção do próprio observador é posta em questão pelo
artista, ao tratar de noções como:
identidade, documento, verdade, memória/esquecimento, tempo,
espaço, entre outras coisas. “Fotografia de rua” em sua maioria, as imagens apresentam uma qualidade atemporal, que, ora parecem criar uma interseção
entre o passado e o presente, e ora sugerem a ideia de tempo suspenso ou de
vacuidade. Espécies de abstrações figurativas, as imagens em Polaroid de
Benhelima criam um sentido de desestabilização, reforçam o sentimento de
transição e obscurecem a noção de verdade, de forma a apontar a imagem – assim
como a memória e a história - como construção.
"Charif Benhelima é, hoje, um dos nomes
mais interessantes da arte contemporânea. Sua exposição esteve entre as
melhores na Bélgica em 2012 e o confirmou como grande expoente da arte do
país. Ele não tem medo de arriscar, seu trabalho nunca é superficial e
sabe unir como poucos conceito e estética. Sua obra levanta questões que são
fundamentais não apenas na Europa, mas no mundo. Fico entusiasmado em
estarmos levando sua obra para o Brasil”, explica Christophe.
Filho
de pai marroquino e de mãe belga, o artista se tornou órfão aos 8 anos. Aproximadamente
duas décadas depois, durante sua estada em NY, foi informado sobre sua origem
judaica Sefardita. Então, a investigação sobre identidade – que se mostra presente na exposição –,
iniciada por Benhelima já nos anos 90, decorre do pouco conhecimento que tem de
seu passado e história familiar, assim como, e principalmente, da intolerância
que sofrem e conflitos que geram certas identidades multiculturais na
Europa. Embora a obra de Benhelima tenha uma base autobiográfica, nada de
sua vida é aparente. Nas séries feitas por ele, as obras apresentam dimensão
universal e são comentários políticos e sociais.
No dia
da abertura, será realizada uma visita guiada com o artista e a curadora.
Mais sobre o artista e os curadores:
Charif Benhelima (1967 –
Brussels) – vive e trabalha em Antuérpia. Nomeado por sua obra completa para o
Robert Gardner Fellowship em Fotografia 2008 (Harvard University/Peabody
Museum), Benhelima é um dos maiores nomes em fotografia da Bélgica e expoente
da arte contemporânea. Mestre em Belas Artes pelo Higher Institute Sint Lucas, Bruxelas,
e Laureate pelo HISK - Higher Institue for Fine Arts, Antuérpia, Benhelima é
professor convidado da prestigiosa Malmö Art Academy, Lund University, Suécia,
e do HISK, Gent, Bélgica. Recentemente, expôs individualmente em instituições,
tais como Palais de Beaux-Arts, Bruxelas; Station Museum of Contemporary Art,
Houston; Volta-NY; BPS22, Charleroi; Crown Gallery, Bruxelas; Galerie Michael Janssen,
Berlim. Participou de coletivas em
instituições, tais como Institute of Contemporary Arts, Cingapura; Museum voor Hedendagse Kunst – MuHKA, Antuérpia; Extra
City Kunsthal, Antuérpia; Musée de la Photographie, Charleroi; Künstlerhaus Bethanien, Berlim; Witte de With,
Roterdã; Palau de la Virreina - La Capella, Barcelona; Musée de Marrakech;
Shanghai Art Museum, Shanghai; The Houston FotoFest
Biennial 2010 e 2012; Photokina, Colônia;
Rencontres Internationales de La Photographie, Arles; Festival der kulturen,
Hamburgo; Biennale Europea Arti Visive La
Spezia etc. Foi curador convidado da exposição Zondertitel, Museum voor Hedendagse Kunst – MuHKA, Antuérpia.
Christophe
De Jaeger – belga,
Christophe De Jaeger é o responsável pelo departamento de fotografia do Palais
de Beaux-Arts (BOZAR), Bruxelas, foi curador de três edições do International
Photo Festival Knokke-Heist, de 2009-2011, e é doutorando em Early
computer arts no King's College, Londres.
Daniella Géo - Doutora em Filme e
Audiovisual com foco em fotografia contemporânea pela Sorbonne - Paris 3.
É curadora associada do grupo internacional APT-Global. Foi
colaboradora da American Encyclopedia of the Twentieth-Century
Photography, Routledge (2005) e fez diversas curadorias, entre as quais a
da 5e Biennale internationale de la Photographie et des Arts
visuels de Liège (co-curadora); de Black is beautiful, GRID –
3e Internationale Fotografie Biennale, Amsterdã; de (Re)construções:
Arte Contemporânea da África do Sul, MAC de Niterói; da
retrospectiva Roger Ballen: Transfigurações, fotografias 1968-2012,
MAM-Rio.
Serviço:
Expo Imagem em
processo. Charif Benhelima: Polaroids 1998-2012
Curadoria de Daniella Géo
e Christophe De Jaeger
Abertura: 6 de abril
(sábado), às 17h
Visita guiada com os
curadores, às 18h
Museu de Arte
Contemporânea de Niterói (MAC de Niterói)
(Mirante da Boa Viagem s/nº,
Niterói, RJ)
Em cartaz até 23 de junho
de 2013
Horário de visitação: de
terça a domingo, das 10 às 18h
Ingressos a R$6,00
Estudantes, professores e
pessoas acima de 60 anos pagam meia (R$3,00)
Entrada gratuita para
estudantes da rede pública (ensino médio), crianças abaixo de 7 anos e
portadores de necessidades especiais.
Entrada gratuita também
às quartas-feiras
Obs.: a bilheteria
encerra suas atividades 15 minutos antes do horário de fechamento do museu.
Informações: ( 21)
2620-2400/ (21) 2620-2481
Assessora de Imprensa:
Bárbara Chataignier (21) 9738-1243/ bchataignier@gmail.com
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