terça-feira, 2 de abril de 2013

MAC de Niterói apresenta sua primeira exposição do ano trazendo ao país 128 polaroids do artista belga Charif Benhelima



O Museu de Arte Contemporânea de Niterói reabre em grande estilo, no dia 6 de abril, sábado, às 17h, a sua primeira grande exposição do ano. Imagem em processo. Charif Benhelima: Polaroids 1998-2012 apresenta um panorama da obra em Polaroid do artista Charif Benhelima, um dos grandes expoentes da arte contemporânea belga. Os curadores são Christophe De Jaeger – um dos curadores do BOZAR  – e Daniella Géo - brasileira radicada na Bélgica e responsável pela curadoria da itinerância.

Iniciada pelo Palais de Beaux-Arts (BOZAR), em Bruxelas, aclamada pela crítica internacional e prolongada devido ao sucesso que obteve, a exposição chega ao MAC de Niterói, trazendo 128 Polaroids, divididas em quatro séries: Harlem on my Mind - I was, I am (1999-2002), Semites (2003-2005), Black-Out (2005 - presente) e Roots (2008 - presente). Serão expostas, ainda, três obras em grande formato e um livro de artista, derivados dessa pesquisa.

“A exposição é, de certa maneira, como uma visita íntima ao ateliê do artista, pois o visitante tem acesso à base da obra de Benhelima, além de poder observar o desenvolvimento de suas pesquisas fotográficas. É a primeira vez, e possivelmente a única, que o artista mostra o conjunto de sua pesquisa em Polaroid. É uma oportunidade conhecer de perto. Seu trabalho é complexo, suas imagens são, ao mesmo tempo, imbuídas de uma pungência e de uma delicadeza para tratar de questões políticas e sociais, hoje, praticamente emergenciais”, afirma Daniella.

Como que na contra-corrente da proliferação das imagens digitais, Benhelima embarca, a cada série, em uma nova investigação estética, formal, conceitual e, por vezes, metodológica, com Polaroid 600. A percepção do próprio observador é posta em questão pelo artista, ao  tratar de noções como: identidade, documento, verdade, memória/esquecimento, tempo, espaço, entre outras coisas. “Fotografia de rua” em sua maioria, as imagens apresentam uma qualidade atemporal, que, ora parecem criar uma interseção entre o passado e o presente, e ora sugerem a ideia de tempo suspenso ou de vacuidade. Espécies de abstrações figurativas, as imagens em Polaroid de Benhelima criam um sentido de desestabilização, reforçam o sentimento de transição e obscurecem a noção de verdade, de forma a apontar a imagem – assim como a memória e a história - como construção. 

"Charif Benhelima é, hoje, um dos nomes mais interessantes da arte contemporânea. Sua exposição esteve entre as melhores na Bélgica em 2012 e o confirmou como grande expoente da arte do país. Ele não tem medo de arriscar, seu trabalho nunca é superficial e sabe unir como poucos conceito e estética. Sua obra levanta questões que são fundamentais não apenas na Europa, mas no mundo. Fico entusiasmado em estarmos levando sua obra para o Brasil”, explica Christophe.

Filho de pai marroquino e de mãe belga, o artista se tornou órfão aos 8 anos. Aproximadamente duas décadas depois, durante sua estada em NY, foi informado sobre sua origem judaica Sefardita. Então, a investigação sobre identidade –  que se mostra presente na exposição –, iniciada por Benhelima já nos anos 90, decorre do pouco conhecimento que tem de seu passado e história familiar, assim como, e principalmente, da intolerância que sofrem e conflitos que geram certas identidades multiculturais na Europa. Embora a obra de Benhelima tenha uma base autobiográfica, nada de sua vida é aparente. Nas séries feitas por ele, as obras apresentam dimensão universal e são comentários políticos e sociais.

No dia da abertura, será realizada uma visita guiada com o artista e a curadora.    

Mais sobre o artista e os curadores:

Charif Benhelima (1967 – Brussels) – vive e trabalha em Antuérpia. Nomeado por sua obra completa para o Robert Gardner Fellowship em Fotografia 2008 (Harvard University/Peabody Museum), Benhelima é um dos maiores nomes em fotografia da Bélgica e expoente da arte contemporânea. Mestre em Belas Artes pelo Higher Institute Sint Lucas, Bruxelas, e Laureate pelo HISK - Higher Institue for Fine Arts, Antuérpia, Benhelima é professor convidado da prestigiosa Malmö Art Academy, Lund University, Suécia, e do HISK, Gent, Bélgica. Recentemente, expôs individualmente em instituições, tais como Palais de Beaux-Arts, Bruxelas; Station Museum of Contemporary Art, Houston; Volta-NY; BPS22, Charleroi; Crown Gallery, Bruxelas; Galerie Michael Janssen, Berlim. Participou de coletivas em instituições, tais como Institute of Contemporary Arts, Cingapura; Museum voor Hedendagse Kunst – MuHKA, Antuérpia; Extra City Kunsthal, Antuérpia; Musée de la Photographie, Charleroi; Künstlerhaus Bethanien, Berlim; Witte de With, Roterdã; Palau de la Virreina - La Capella, Barcelona; Musée de Marrakech; Shanghai Art Museum, Shanghai; The Houston FotoFest Biennial 2010 e 2012; Photokina, Colônia; Rencontres Internationales de La Photographie, Arles; Festival der kulturen, Hamburgo; Biennale Europea Arti Visive La Spezia etc. Foi curador convidado da exposição Zondertitel, Museum voor Hedendagse Kunst – MuHKA, Antuérpia.

Christophe De Jaeger – belga, Christophe De Jaeger é o responsável pelo departamento de fotografia do Palais de Beaux-Arts (BOZAR), Bruxelas, foi curador de três edições do International Photo Festival Knokke-Heist, de 2009-2011, e é doutorando em Early computer arts no King's College, Londres. 

Daniella Géo - Doutora em Filme e Audiovisual com foco em fotografia contemporânea pela Sorbonne - Paris 3. É curadora associada do grupo internacional APT-Global. Foi colaboradora da American Encyclopedia of the Twentieth-Century Photography, Routledge (2005) e fez diversas curadorias, entre as quais a da 5e Biennale internationale de la Photographie et des Arts visuels de Liège (co-curadora); de Black is beautiful, GRID – 3e Internationale Fotografie Biennale, Amsterdã; de (Re)construções: Arte Contemporânea da África do Sul, MAC de Niterói; da retrospectiva Roger Ballen: Transfigurações, fotografias 1968-2012, MAM-Rio. 



Serviço:                                                                                                                
Expo Imagem em processo. Charif Benhelima: Polaroids 1998-2012

Curadoria de Daniella Géo e Christophe De Jaeger

Abertura: 6 de abril (sábado), às 17h

Visita guiada com os curadores, às 18h

Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC de Niterói)
(Mirante da Boa Viagem s/nº, Niterói, RJ)

Em cartaz até 23 de junho de 2013

Horário de visitação: de terça a domingo, das 10 às 18h
Ingressos a R$6,00
Estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos pagam meia (R$3,00)
Entrada gratuita para estudantes da rede pública (ensino médio), crianças abaixo de 7 anos e portadores de necessidades especiais.
Entrada gratuita também às quartas-feiras
Obs.: a bilheteria encerra suas atividades 15 minutos antes do horário de fechamento do museu.
Informações: ( 21) 2620-2400/ (21) 2620-2481
Assessora de Imprensa: Bárbara Chataignier (21) 9738-1243/ bchataignier@gmail.com

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