Rui Chafes – Carne Misteriosa
Espaço monumental
Abertura: 25 de abril
de 2013, às 18h
Exposição: 26 de
abril a 16 de junho de 2013
Curadoria: Marcio
Doctors
Patrocínio:
Bradesco
Realização: Brasil
Portugal Agora e
Ministério da
Cultura - Governo Federal, Brasil: país rico é pais sem pobreza
Mantenedores
do MAM: Petrobras, Light e Organização Techint
Produção: Suzy Muniz Produções
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o
Ministério da Cultura, o Bradesco, a Petrobras, a Light e
Organização Techint apresentam a exposição “Carne Misteriosa”, com 87 obras
inéditas no Brasil do artista português Rui Chafes. A mostra ocupará o Espaço
Monumental do Museu , e a escultura “Dupla
sombra (o teu sangue e o meu)“, que estará pendurada no ponto central da
exposição, foi feita especialmente para esta ocasião. As obras pertencem a
acervos públicos e privados de Portugal e da Espanha, e também à coleção
pessoal do artista.
“Esta é uma exposição
que tem por objetivo apresentar a obra de Rui Chafes, um dos mais importantes
escultores portugueses da atualidade, para o público brasileiro, no Ano de
Portugal no Brasil”, explica o curador Marcio Doctors.
A montagem pensada
pelo curador tirou partido da escala do Espaço Monumental do Museu , e criou o conceito de salas que servem tanto
para apresentar no seu interior as esculturas de pequenas dimensões, como base para
algumas esculturas de grande porte, que assim ficam na mesma altura do
mezanino, podendo ser observadas também pelo público a partir deste andar. As salas funcionarão também como
suporte para acolher os textos e pensamentos do artista, do curador e do poeta
romântico alemão Novalis.
A exposição terá,
então, esculturas no chão, suspensas, sobre essas salas e dentro delas. São duas grandes obras sobre as salas e três
presas no teto. Uma delas, “Um sopro
dolorosamente suave”, mede 7m de comprimento, pesa cerca de 400kg e
“flutuará sobre a exposição como uma nuvem”. Ela é composta por duas bolas de
ferro, pendurada no teto, que são sustentadas por uma malha de ferro.
“Rui Chafes ao mesmo
tempo é um escultor ferreiro e lida o tempo todo com as palavras. Chegou a
traduzir para o português o filósofo alemão Novalis (1772 – 1801), e já publicou vários livros“, observa Marcio
Doctors. “Aparentemente dois lugares opostos – o ferro e as palavras – estão
presentes na obra dele. Ele é um apaixonado pelo romantismo alemão, e há
referências a Nietzche em seu trabalho”, completa.
“Da dureza do ferro ele erige presenças, criando
potências precisas de cutelo que nos afetam, atingindo nossas lembranças com
imagens inesquecíveis, que são como epifanias; e com as palavras ele tece os
sentidos impalpáveis que envolvem suas esculturas, permeando-as com idéias,
conceitos e poesia. Por isso Carne Misteriosa: o conteúdo de suas esculturas
são as palavras; o continente de suas palavras são as esculturas negras de
ferro. Como o mistério da carne - como de toda expressão da natureza para o
homem - a matéria, o espírito e o sentido”, diz o curador.
“Suas palavras deslizam e nos induzem para um
território de desmaterialização do objeto, colocando-o sempre em cheque,
criando sulcos que revelam as verdadeiras intensidades da vida. Ele não é um
fetichista. Apesar de escultor, o objeto em si não lhe interessa. O que lhe
interessa, assim como para Giacometti, é a luta constante com e contra a forma
para dela extrair a potência da expressão, que faz parte do mundo dos mortos,
onde a presença já não é o mais fundamental. A forma não lhe basta. Suas
esculturas, como ele próprio diz, são como módulos de pensamento, catalisadores
e transmissores de forças”.
A exposição estará
dividida da seguinte forma:
SALA UM
Estão reunidas as
obras da série “L'innomable feuille
de...”, que mais tarde passou a se chamar também “Pickpocket”. Elas foram moldadas a
partir da anatomia da mão do artista e nela se encaixam perfeitamente. Elas
poderiam ser facilmente roubadas, por se esconderem entre a mão. Mas elas são
como amuletos que nos protegem ou são como pequenos segredos que trazemos
escondidos na alma.
SALA DOIS: INFERNO
Aqui Rui Chafes faz
uma incursão ao mundo dos mortos. Citando Jean Genet, que gosta de citar, “...
a arte é feita para o imenso povo dos mortos.”. Há nessas obras uma clara
referência aos desenhos de Botticelli para a Divina comédia de Dante. O que é
importante destacar é que, para o artista, a arte é um fluxo contínuo no tempo,
daí sua resistência e o poder de catalisar as energias do passado. Seus
interlocutores são os grandes mestres do passado. A presença da consciência da
morte nos lembra a importância da vida.
SALA TRÊS: SOLIDÃO
Rui Chafes é um
artista solitário. Assim como solitários são todos os artistas porque estão
sozinhos nas suas singularidades. Desviam-se do tempo e o paralisam para
inaugurarem seus próprios tempos. Nesse módulo, prestamos uma homenagem a
Novalis e a Rui Chafes, que é o seu tradutor para a língua portuguesa, citando
a frase de Novalis :“Estamos sós com tudo aquilo que amamos.”.
SALA QUATRO: DURANTE O FIM
Neste módulo é
projetado o filme “Durante o fim”, realizado por João Trabulo sobre a obra de
Rui Chafes. É mais do que um filme sobre uma obra, trata de apreender o que
envolve a sensação da obra e do pensamento de um artista. O fim não é visto nem
como destinação nem como um corte, mas como extensão no tempo; uma permanência
porosa. A morte como extensão da vida. O fim encontrando-se com o começo.
SALA CINCO: O SONHO DE GIORGIO DE CHIRICO
Neste módulo, que
guarda o segredo da arquitetura Renascentista, de criar estruturas quadradas
por fora e redondas por dentro, o público poderá surpreender na visão do
paradoxo da forma arquitetônica e na distância que o separa da obra, o paradoxo
do sonho do artista Giorgio de Chirico na sua busca solitária em meio à arte
moderna, indo contra os desígnios de seu próprio tempo. Da mesma forma Rui
Chafes cria uma obra que vai contra certos modismos de nosso tempo marcados por
uma arte superficial, voltada para a espetacularização.
SALA SEIS: O SILÊNCIO DE...
É uma instalação de
uma obra em progresso, que vai crescendo com o tempo. O artista mantém o hábito
de escrever à mão e de tempos em tempos queima seus escritos e sela as cinzas
em caixas de aço. Aqui a destruição é usada como uma forma de libertação, tal
como a criação, só que como desprendimento, renovação e purificação pelo fogo. A
chama que carrega a força da arte e o mistério da criação através do tempo.
SALA SETE: A HISTÓRIA DA MINHA VIDA
Nesta instalação
áudio-visual pode-se entrar em contato
com uma surpreendente narrativa da história da vida de Rui Chafes. É uma
história da história da arte através da vida do artista em que vamos
descobrindo a espessura da suas criações. Suas convicções, suas escolhas, suas
influências e seus comprometimentos.
PAREDE EXTERNA DA SALA SETE: ANDREJ FILHO DE ANDREJ FILHO DE
ANDREJ
Série de fotos que
registram mais uma obra em
progresso. Desde 1999 até os dias de hoje o artista abandona
esculturas na costa atlântica, na área onde se encontra seu ateliê e onde
passou a infância. Mais uma vez aqui é posta em prática uma ação marginal que
contesta a história do fetiche do objeto: o abandono. Rui entrega essas obras
de volta à natureza ou para o passante desavisado que se interessar, como se
quisesse instaurar uma arte anônima, onde o que vale é fluxo da trocas de
energia entre ele e o mundo, fazendo-as retornar para o lugar ao qual a arte
pertence.
Serviço: Rui Chafes – Carne Misteriosa
Abertura: 25 de abril
de 2013, às 18h
Exposição: 26 de
abril a 16 de junho de 2013
Curadoria: Marcio
Doctors
Realização: MAM Rio
Patrocínio: Bradesco
De terça a sexta, das
12h às 18h. Sábado, domingo e feriado, das 12h às 19h. A bilheteria fecha 30
minutos antes do término do horário de visitação.
Ingresso: R$12,00
Estudantes maiores de
12 anos: R$6,00
Maiores de 60 anos:
R$6,00
Amigos do MAM e
crianças até 12 anos: entrada gratuita
Quartas-feiras a
partir das 15h: entrada gratuita
Domingos ingresso família,
para até 5 pessoas: R$12,00
Endereço: Av. Infante
Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo –
Rio de Janeiro – RJ 20021-140
Telefone: 21. 3883.5600
Mais informações: CW&A Comunicação
Claudia Noronha / Beatriz Caillaux / Marcos
Noronha
21
2286.7926 e 3285.8687
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