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A segunda grande
exposição da Casa Daros traz o universo mágico do
artista
argentino radicado há quase 60 anos em Paris, em que a
luz é o p
rincipal elemento.
Casa Daros, Rio
Abertura: 11 de outubro de 2013, de 18h às 22h
Visitação: 12 de outubro de 2013 a 23 de
fevereiro de 2014
Curadoria: Hans-Michael Herzog e Käthe Walser
A Casa Daros apresenta a partir do dia 11 de outubro
de 2013, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Le
Parc Lumière – Obras cinéticas de Julio Le Parc”, com cerca de 30 emblemáticas
instalações luminosas do artista, pertencentes à Coleção Daros Latinamerica, de
Zurique, Suíça, mais quatro maquetes que revelam os mecanismos criados por ele.
A curadoria é de Hans-Michael Herzog, diretor artístico e curador da Coleção
Daros Latinamerica, e Käthe Walser, curadora
técnica da instituição, que, em um minucioso processo que teve a participação
do artista, restaurou cada uma das obras expostas.
Nascido
em 1928, em Mendoza, Argentina, e radicado em Paris desde 1958, Julio Le Parc é
um dos nomes-chaves da arte contemporânea, um dos pioneiros da arte cinética. A
exposição na Casa Daros enfoca um dos aspectos mais importantes da obra do
artista: sua preocupação com as alterações da luz, acentua Hans-Michael Herzog
no prefácio do catálogo, assinado em conjunto com a dona da Coleção, Ruth
Schmidheiny.
A
maior parte das peças da exposição foi criada nos anos 1960. Todas formam “uma
grande sinfonia de luz em movimento”, diz o curador da Coleção.
Nos
anos 1960, ao lado de seus colegas do Groupe de Recherche d’Art Visuel (GRAV), com
quem escreveu manifestos históricos, Le Parc “rompeu radicalmente com a convenção
artística, ao rejeitar as imagens estáticas em favor de um dinamismo que coloca
as obras de arte em fluxo constante, eliminando a possibilidade de pontos de
vista fixos”, explica Hans-Michael Herzog. “O animado jogo de luz em suas obras
transforma o espaço, ao dissolvê-lo e recriá-lo continuamente, tornando o
espectador parte integral de uma obra de arte total”. “A substância material
dos vários aparelhos e máquinas luminosas é transposta, de forma elegante e
completa, para um plano imaterial”, diz. “Experimentar esses fugazes
acontecimentos luminosos nos incentiva a refletir sobre a natureza instável da
realidade e o curso irregular da própria vida, com todas as suas interrupções e
mudanças”.
ARTE LIVRE E DEMOCRÁTICA
“O
caráter profundamente humano de sua obra e sua dimensão política estão no
rigoroso repúdio a afirmações absolutas. Esta é uma arte livre e democrática,
cheia de respeito pela humanidade, antiautoritária e avessa ao culto da
genialidade”, ressalta Hans-Michael Herzog.
Em conversa em espanhol, realizada pelo curador com o
artista em 2005, em Paris, Julio Le Parc afirmou: “Eu me interesso por
política, como qualquer pessoa. Logo, a análise que fiz, dentro do grupo (o
GRAV) e por conta própria, sobre os mecanismos de criação do meio artístico, a
valorização e a difusão da obra de arte, me demonstrou que eles respondiam a
uma cultura política já dada. Então tentamos ver onde era possível exercer
alguma influência. Começamos a refletir sobre a nossa situação e o ponto de
partida era: ou se trabalha para uma elite, os críticos, os diretores de
galerias e de museus, os colecionadores, ou se tenta fazer algo que possa
estabelecer uma relação com as pessoas em geral, sem a necessidade de passar
pelo que é imposto pelo circuito”. Ele acrescentou: “Se uma pessoa entra em uma
exposição como a minha, é suficiente que ela saia com uma sensação de ter sido
parte de uma experiência, seja pelo movimento, as luzes, seja porque tem de
participar de algumas obras, como os jogos, as pesquisas, ou porque a presença
diante de uma obra vai provocando mudanças”.
ALEGRIA E CARÁTER LÚDICO
A alegria e o caráter lúdico, aspectos marcantes da
obra de Le Parc, são uma afirmação política, e tornam seu trabalho
universal. Para ele, é importante
“conectar as pessoas em uma relação direta com as coisas e, dentro disso, ver
pessoas de recursos limitados, que se subordinam em sua vida social, em seu
trabalho e sua família, visitando uma exposição e recuperando um pouco de
energia, otimismo e, depois, dizendo: ‘Esta exposição me fez me sentir bem’, com
sorte poderão agir de outra maneira em outra frente de sua vida com essa
energia ganha. Se um espectador percebe que é levado em consideração pelas
obras expostas, que lhe oferecem algo, talvez possa dizer depois: ‘Por que em
outros lugares eu não recebo isto?’ Pode começar a imaginar se há pessoas que funcionam
como ele, ou unir-se a grupos que tentam analisar a situação geral de uma
sociedade, do comportamento do governo, dos partidos políticos”.
Para
Hans-Michael Herzog, “no jardim de luz encantado de Le Parc, tornamo-nos
crianças de novo, absortos em nossos jogos, esquecidos do resto do mundo”.
RECONSTRUÇÃO DETALHADA
Curadora
técnica Coleção Daros Latinamerica,
Käthe Walser,
lembra que em 2004, quando a
Daros Latinamerica começou a planejar uma exposição das obras
cinético-luminosas de Julio Le Parc – realizada de junho a outubro de 2005, em
Zurique – “ninguém tinha uma ideia real sobre o verdadeiro conteúdo dessa
coleção de trabalhos dos anos 1960 e 1970”. “Uma primeira visita ao ateliê do
artista não ofereceu uma ideia clara da aparência ou do funcionamento das
obras, já que – com exceção de uma – elas estavam em pedaços, espalhadas por
diversos lugares”. “A montagem da
exposição significou muito mais que juntar várias partes: foi um projeto
interdisciplinar coletivo, que envolveu não apenas conhecimento técnico, mas
também experiência artística, combinando a abordagem artesanal de gerações passadas
com os recursos das mídias atuais”, destaca Kätie Walser. Toda essa reconstrução foi
detalhadamente documentada, como um registro para as futuras gerações.
CATÁLOGO
A
exposição é acompanhada de um livro de 256 páginas, capa dura, formato de 27,5cm
x 21cm, fartamente ilustrado, produzido pela Coleção Daros Latinamerica, em
Zurique, Suíça, e organizado por Katrin Steffen e Hans-Michael Herzog. A publicação
traz os textos e manifestos históricos de Julio Le Parc; texto sobre o Groupe
de Recherche d’Art Visuel (GRAV, Grupo de Pesquisa da Arte Visual), escrito por
Alexander Alberro (historiador da arte, autor de diversos livros e professor do
Barnard College, da Universidade de Columbia, Nova York); texto de Bettina
Kaufmann, curadora suíça, e Käthe Walser sobre a obra “Lumière sur ressort”, de
1964; e o depoimento de Käthe Walser sobre o processo de restauro das
instalações.
MERIDIANOS
No dia 12 de outubro de
2013, dia em que a exposição será aberta ao público, o artista Julio le Parc terá
um encontro aberto ao público com o historiador de arte canadense radicado nos
EUA Alexander Alberro (1957), autor dos livros “Conceptional Art
and the Politics of Publicity” (MIT Press, Cambridge,
EUA), “Art after conceptual art” (com Sabeth
Buchmann, Generali Foundation, Colônia,
Alemanha), “Contemporary Art, Publicity, and the Legacy of the
Artistic Avant-Garde” (in Texte zur
Kunst, 2009, Alemanha), “Institutional
Critique: An Anthology of Artists' Writings” (com Blake Stimson, MIT
Press, Cambridge, EUA), entre várias outras publicações. O encontro, dentro do Programa Meridianos da Casa
Daros, será mediado por Hans-Michael Herzog, e realizado no auditório da
instituição com entrada gratuita, mediante distribuição de senhas uma hora
antes.
ESPAÇO DOCUMENTAÇÃO
Localizado no térreo, próximo ao auditório, o
Espaço Documentação foi criado para estender a percepção do público sobre o que
viveu na exposição, e conhecer o processo criativo do artista e as questões que
o instigam. Durante “Le Parc Lumière”, estarão neste espaço quatro maquetes
pertencentes ao acervo do artista, que revelam os mecanismos que dão vida às
obras cinéticas. Vídeos mostrarão também o seu funcionamento. Em vitrines,
estarão 12 óculos usados em exibições anteriores na importante instalação
˜Lunettes pour une vision autre“ (1965).
Suspensos do teto, quatro espelhos pertencentes à obra “4 double
miroirs” (1966) poderão ser manuseados pelo espectador, que verá sua imagem
distorcida. Um monitor exibirá, em looping,
com legendas em português o filme “Historieta” (“Petite histoire”, França,
2011), com 15’25 de duração, feito pelo filho do artista, Gabriel Le Parc, a
partir dos desenhos e histórias em quadrinhos criadas por Julio Le Parc ao
longo dos anos, e que foram reunidas na edição francesa “Historieta: Petite
histoire en images interrogeant la face cachée de l’art, de l’artiste et de son
contexte social” (Ed. Joca Seria, 1997). Várias publicações ligadas ao artista
também estarão disponíveis neste espaço.
MATERIAL EDUCATIVO
O programa Arte é
Educação da Casa Daros é um dos alicerces da filosofia da instituição, e, assim
como ocorreu com a exposição “Cantos Cuentos Colombianos”, “Le Parc Lumière”
será acompanhada de um conjunto de ações cuidadosamente pensadas para diversos
públicos. Professores e educadores em
geral serão convidados para o lançamento do Programa Arte é Educação focado no
trabalho de Le Parc, previsto para o dia 18 de outubro próximo. Na ocasião,
será apresentado, com distribuição gratuita, o material educativo dirigido aos
educadores: uma caixa formato A5 contendo livretos e cartazes dobrados. Os livretos serão: uma biografia ilustrada do
artista; a edição inédita em português de “Historieta”; os textos e manifestos
históricos de Le Parc e do GRAV Proposição para um lugar de ativação” (GRAV,
1963), “Luz”, “Guerrilha cultural” e “Desmistificar
a arte” (Julio Le Parc, 1968); uma enquete realizada pelo GRAV com o público em
várias de suas exposições; um cartaz com a ilustração do segundo labirinto
realizado pelo grupo na mostra “Nova Tendência” (1964); e um cartaz com a
proposição “Um dia na rua”, feita pelo GRAV em 1966. Cinco folhetos irão
detalhar dez obras expostas, cada uma delas explicada com um desenho do
artista, uma foto dela estática, e outra já em movimento. Cartazes mostrarão os mecanismos criados por
Le Parc, e também os espaços interativos propostos por ele, as “Salas de
jogos”. Completam o material informativo cartelas com depoimentos e trechos de
textos de Julio Le Parc. A caixa que contém o material informativo é um objeto
lúdico em si, pois ao abri-la o professor verá uma superfície espelhada, em
referência ao trabalho do artista.
Serviço: “Le Parc Lumière –
Obras cinéticas de Julio Le Parc”
Visitação:
12 de outubro de 2013 a 23 de fevereiro de 2014
Curadoria: Hans-Michael Herzog e
Käthe Walser
Casa Daros
Casa Daros
Rua
General Severiano, 159, Botafogo, Rio, CEP 22290-040
Telefone: 21.2138.0850
ATENÇÃO: NOVOS HORÁRIOS A PARTIR DE 12 DE OUTUBRO DE 2013
Telefone: 21.2138.0850
ATENÇÃO: NOVOS HORÁRIOS A PARTIR DE 12 DE OUTUBRO DE 2013
De
quarta a sábado, das 11h às 19h
Domingos e feriados, das 11h às 18h
Ingresso: R$12,00 / Idosos e estudantes com mais de 12 anos: R$6,00
Quartas-feiras: entrada gratuita
Domingos e feriados, das 11h às 18h
Ingresso: R$12,00 / Idosos e estudantes com mais de 12 anos: R$6,00
Quartas-feiras: entrada gratuita
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