quinta-feira, 24 de outubro de 2013

São Paulo > A Escola Panamericana de Arte e Design tem em andamento uma exposição de seu acervo

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Durante 50 anos, a Escola Panamericana de Arte e Design adquiriu obras de arte dos mais diversos artistas nacionais e estrangeiros selecionados pelo critério mais certeiro, a intuição e o saber histórico. É este acervo o objeto de um livro e de uma exposição que está em andamento na sede da instituição, à rua Groenlândia, nº 77, em São Paulo.  


Panamericana Art’s Collection.
Um pacto com a arte e a cultura.

Jacob Klintowitz

O que pode haver em comum entre artistas tão díspares quanto Hugo Pratt e Caciporé Torres? Ou entre Mira Schendel e Rubens Gerchman? Parecem habitantes de planetas diferentes. E, no entanto, os quatro, como muitos outros artistas, fazem parte do mesmo acervo e foram escolhidos pelos mesmos olhos.

O encanto e o enigma do acervo de arte da Escola Panamericana de Arte reside exatamente neste falso e aparente paradoxo. Objetivamente os mais variados artistas, tendências e obras, convivem numa única coleção e este encontro é um laço concreto de união. Existe outra questão e esta é a mais importante de todas. E ela consiste em que os artistas foram escolhidos pelo seu nível de qualidade e por sua capacidade de inovar e ser criativo. Não se conhece melhor critério do que este para selecionar e formar um acervo.

As coleções de arte tiveram e tem importância fundamental na preservação das obras de arte. E, além disto, têm se constituído, no mundo inteiro, em base iconográfica para a formação dos museus. Existe um dado que enobrece e torna fundamental a formação de coleções particulares. É o único espaço em que é possível formar um acervo, uma coleção, um conjunto artístico, a partir de um olhar não convencional. Os museus, pinacotecas, fundações, obedecem a critérios históricos. Selecionam os artistas por participação em correntes culturais, favorecem grupos temáticos, estudam o engajamento dos artistas em movimentos culturais, discutem a ideologia da sua época e de que maneira reagiram a determinadas circunstâncias históricas. Ou seja, o artista e a obra de arte não podem ser escolhidos ao acaso ou simplesmente segundo o gosto de quem escolhe. É necessária uma justificativa estética, cultural e histórica.

A coleção particular é o espaço da intuição, do impulso, do gosto pessoal, do desejo e da paixão. É a arte vista com o paroxismo da paixão. Ou a arte observada com o amor de perdição. No caso desta Panamericana Art’s Collection a escolha de uma obra e de um artista é, também, um aval de reconhecimento e de qualidade, pois quem escolhe é uma instituição destinada ao ensino de arte e que fez um trajeto vitorioso no nosso país.

Esta coleção é feita de artistas notáveis e de gêneros e realidades diferentes. Existem nela pintores tradicionais, artistas contestadores do status da arte, artistas de comunicação e histórias em quadrinhos. Escultores, pintores, desenhistas da banda, gravadores, abstratos, figurativos, nova figuração, realistas, fantásticos, surreais, expressionistas, líricos, popartistas. O que os une é que, em algum momento na sua trajetória, no seu percurso, deram uma contribuição única para  humanidade e a sua obra é um tesouro artístico, faz parte do patrimônio espiritual e sensível da humanidade.

       O que une estes artistas da Panamericana Art’s Collecttion? A qualidade intrínseca do trabalho, a criatividade, a capacidade de expressarem um momento da dúvida e do prazer da humanidade e, especialmente, por terem sido selecionados por uma escola de arte preocupada unicamente com a inovação e a criatividade do artista e da obra.

Observem-se os nomes destes artistas, todos eles hoje parte da história cultural, e que na época da aquisição de sua obra, em muitos casos, eram apenas expectativas de um futuro: Antonio Henrique do Amaral, José Roberto Aguilar, Oswald de Andrade, Luiz Áquila, Maciej Babinski, César Baldaccini, Luiz Paulo Baravelli, Ricardo Barreto, Artur Barrio, Jagoda Buic, Sergio de Camargo, Lothar Charoux, Bernardo Cid, Mario Cravo Jr., Wesley Duke Lee, Siron Franco, Jadir Freire, Rubens Gerchman, Karl Gerstner, Ivald Granato, Mário Gruber, Jorge Guinle, Gottried Honegger, Tomoshige Kusuno, Fernando lemos, Manabu Mabe, Roberto Magalhães, Amedeo Modigliani, Fernando Odriozola, Antonio Peticov, Hugo Pratt, Nuno Ramos, Paolo Rissone, Hector Sapia, Mira Schendel, Francisco Stockinger, Antoni Tapies, Caciporé Torres, Claudio Tozzi, Victor Vasarely, Humberto Vellame, Henrique Vieytes, Nicolas Vlavianos.


Por estes nomes, idades e percursos, podemos dizer que este é um dos possíveis registros da nossa época. Aqui temos quase um século de arte, manifestações e conceitos culturais. Nesta Panamericana Art’s Collection há um pacto absoluto em favor da inovação, da criatividade, da liberdade expressiva e da arte. 

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