Trata-se de uma rede de comunicação telefônica formada por pessoas de determinado mercado, nicho ou confraria.
Decerto, é a melhor mídia, mormente, entre os profissionais do mercado de arte, para troca de informações entre si.
A verdade é que o mercado de arte vem sendo desprezado pelas mídias formais e aí quase todas as notícias nos chegam através de informes publicitários, que, por serem caros, acabam sendo raros.
É nessa lacuna que entra a Rádio Cotonete. Sem dúvida, o meio de comunicação que nos transmite as melhores notícias e, também, as fofocas do mercado.
Aliás, por oportuno, está na hora de os jornais de todo o país criarem as suas colunas sobre mercado de arte.
As melhores informações
do mercado
Voltando à Rádio Cotonete, sem conferir razão àqueles que usam o telefone com se fossem brincos, as ligações telefônicas entre profissionais do mercado de arte – como nos demais – são fundamentais para que esse mercado se mantenha informado.
No passado – falo ali pela década de 1980 – a Rádio Cotonete viveu seus tempos áureos. Costumava-se dizer que, se dois solitários marchands fizessem uma troca de quadros – chamada de «rolo» – às quatro horas da madrugada, em frente ao Restaurante Rio-Nápoles, na Praça General Osório, em Ipanema, pouco tempo depois todos profissionais de mercado do eixo Rio-São Paulo tomavam conhecimento do fato...
Eixo Rio-São Paulo
Vou me repetir: até o início dos anos 1990, os marchands se reuniam em bares e restaurantes, após os leilões de arte ou, nos finais de tardes, em galerias de arte. Frequentemente, os do Rio formavam grupos e viajavam para São Paulo e – em ocasião diferente – os de São Paulo vinham em caravana para o Rio de Janeiro.
Na década de 1980, os mercados do Rio e de São Paulo eram uma coisa só. Trocava-se de tudo: ideias, experiências, informações e até obras de arte. Os decanos transmitiam conceitos para os novatos. Não havia escola, mas se passava a tradição; agora, nem uma coisa nem outra; é cada um por si e Deus por todos.
Nada a substitui
Mesmo assim, a Rádio Cotonete funcionava a pleno vapor, mantendo informados, on line, os profissionais do mercado.
Atualmente, temos as mensagens eletrônicas, mas de forma alguma elas substituem a Rádio Cotonete de outrora. Os e-mails que recebo – exceto quando vem de consulentes – não falam da dinâmica do mercado de arte.
Ainda recebo algumas ligações, mas são poucas, se comparamos com as de outrora. Precisamos revitalizar as nossas maiores fontes de informação, o bate-papo após os leilões, nos «botecos» da vida, e, fundamentalmente, a Rádio Cotonete.
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