João Carlos Lopes dos Santos
Todos devem ter o direito de escolher suas obras de arte segundo o próprio gosto e sensibilidade. No entanto, as informações sobre o mercado de arte são fundamentais para minimizar riscos, principalmente aqueles causados pela emoção que envolve o ato de comprá-las ou vendê-las.
Estas informações dizem respeito às partes contratantes e ao objeto da transação, no que tange a avaliação de procedência, autenticidade, qualidade intrínseca, estado de conservação, demanda e preço justo no mercado.
Há os que entendem de arte e há os que entendem de mercado de arte. Prefiro rotular esta última atividade deconsultoria de mercado, em vez de consultoria de arte, mais usual.
A consultoria é resultado de uma vivência diuturna em todos os setores do mercado de arte.
Quem precisa de consultoria
Nos últimos anos, atendi clientes com diversos tipos de problemas, como avaliação, compra ou venda; são pintores com dúvidas sobre mercado; são organizadores de leilões de arte; são leiloeiros, antiquários, moldureiros, decoradores, restauradores, galeristas e marchands, estes, principalmente, do interior do país.
Entre os interessados, há também profissionais desvinculados do meio artístico, como jornalistas, contadores, cenógrafos, advogados, avaliadores judiciais e de seguradoras, todos em busca de aconselhamento em mercado de arte.
Atendi, também, magistrados, atuando neste caso como perito judicial, assim como estive junto ao público, de uma forma geral, em palestras sobre mercado de arte.
Com certeza, o perfil das pessoas que decidem está mudando. Elas hoje procuram aconselhamento técnico em todas as áreas, porque decisões individuais, no escuro, são coisa do passado.
Enganam-se os que pensam que o trabalho de um consultor se resume a aconselhar ou desaconselhar este ou aquele artista, quando o assunto é investimento em arte. O processo é bem mais abrangente e se estende a outros serviços.
Numa parede convivem todos os tipos de pintura, porque cada membro da família tem sua preferência. Não se pode escolher artista ou quadro para o cliente: é ele próprio quem determina o que gosta e quer, e quanto pretende investir.
Na orientação, deve-se discorrer sobre o currículo do artista, observar o estado de conservação da pintura, verificar a procedência do quadro, avaliar qualidade da pintura, checar o preço de mercado, conferir se este lhe dá respaldo e qual o grau de liquidez.
A segurança que se transfere ao cliente com essas informações, aproxima-o do mercado, estabelece comunicação entre os dois pólos, e cria uma possibilidade real de sua permanência, fortalecendo o mercado de arte como um todo.
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