terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Di Cavalcanti (1897-1976) - Suas mulatas não eram santas, mas rainhas, símbolo da brasilidade

Minha prima Dida
     Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, nasceu no Rio de Janeiro em 1897 e faleceu na mesma cidade em 1976. Era filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e d. Rosalia de Sena e, embora bem relacionada, a família tinha parcos recursos econômicos.
     Em homenagem a uma prima conhecida por Dida, adotou o nome artístico de Didi e depois, por simplificação, passou a assinar simplesmente Di.
     Nasceu na Rua do Riachuelo, no velho centro do Rio, na casa do célebre abolicionista José do Patrocínio, que se casara com sua tia Maria Henriqueta vencendo todos os preconceitos da família desta, pelo fato de ser negro.
     Menino ainda, na casa do tio, conheceu gente famosa, como Machado de Assis e Joaquim Nabuco. Sua mãe, quando viúva, chegou a entreter um flerte com Olavo Bilac, com o qual, por pouco, não se casou.
     Essa presença constante de escritores e poetas em torno a Di Cavalcanti, na infância, explica decerto porque, pela vida inteira, ele devotaria às letras um amor quase tão profundo quanto à pintura.
Antes de tudo, um desenhista
     Seus primeiros desenhos, como os primeiros versos, surgiram em São Cristóvão, bairro de classe média, para onde sua família se mudara em 1908.
     Gaspar Puga Garcia, seu primeiro professor de pintura, acompanhando os progressos do menino, vaticinou certeiramente: «Você será pintor.»
     Poucos anos mais tarde, em 1914, tem início a carreira de caricaturista de Di, que nesse ano publica seu primeiro trabalho em Fon-Fon.
     Dois anos depois participou do 1º Salão dos Humoristas, organizado por Luís Peixoto e Olegário Mariano no Rio de Janeiro.
     No Jornal do Commercio de 19 de novembro de 1916, comentando o Salão, aberto uma semana antes, escrevia um anônimo comentarista de arte:
     «São dignos de exame alguns trabalhos de um jovem que se estréia com o pseudônimo de Di.»
As arcadas, as redações e a boemia
     No mesmo ano de 1916, Di Cavalcanti matriculou-se na Escola Livre de Direito. Logo depois mudava-se para São Paulo, levando uma carta de apresentação de Olavo Bilac para o jornalista Nestor Rangel Pestana, crítico de arte do Estadão.
     Emprega-se como arquivista em O Estado de São Paulo - após ter sido marcador e vendedor de dormentes em Ribeirão Preto -, frequenta as aulas de direito nas arcadas do Largo de São Francisco mas, sobretudo, desenha, e descobre a vida:
     «Eu, que deveria continuar meu curso de Direito, fiquei entre as aulas do vetusto casarão, as redações dos jornais, os cafés boêmios, as livrarias, as pensões de mulheres.»
Arroubos socialistas
     Nessa fase inicial de sua existência, Di Cavalcanti atravessa dificuldades, mas vai-se tornando, pouco a pouco, um homem.
     Aos 21 anos, tem a revelação do Socialismo, pelos ecos que aqui chegam da Revolução Russa de 1917; presencia a exposição de Anita Malfatti e a grande greve operária deflagrada em São Paulo, e, num arroubo lírico, quer alistar-se como voluntário em defesa da França.
     Não ficou no prejuízo. Impedido de concretizar o alistamento, «deixou-se ficar nos braços das francesas», como ele mesmo escreveria em seu livro de memórias. Com efeito, mulheres, francesas ou mulatas, não importa, sempre formaram parte importante de sua obra.
A primeira exposição individual
     Di Cavalvanti era um frequentador assíduo de livrarias, que representaram, na primeira metade do Século 20, um polo importante de disseminação das artes, por falta de galerias especializadas. Pois é em uma delas, a Editora do Livro, que, naquele ano de 1917, ele realizará sua primeira individual.
     Até então, ele era mais conhecido como desenhista e caricaturista, com participações em revistas da época. Havia bem pouco tempo que começara a pintar, e era ainda aquele «menestrel dos tons velados» ao qual se referira, na dedicatória de um livro, Mário de Andrade.
As primeiras mulheres
     Seu veículo predileto era então o pastel, do qual se utilizava para retratar figuras femininas, «da angelitude então em voga».
     Lado a lado, porém, com essas «místicas fugas da realidade», o futuro grande pintor «punha já em valor certos caracteres depreciativos do corpo feminino, denunciava nos seus tipos uma psicologia mais propriamente safada que extravagante, com uma admirável acuidade crítica de desenho» (Mário de Andrade).
O ilustrador
     Passou a frequentar, em 1918, o ateliê de George Fischer Elpons, que fora também professor de Anita Malfatti. Sua pintura passou, deste então, a ganhar uma característica mais amadurecida, na medida em que abandonava a conotação anterior, estudantil e literária, ganhando uma feição moderna e nitidamente profissional.
     Bem relacionado na mídia e nos círculos sociais, Di era encontrado, alternadamente, em São Paulo ou no Rio de Janeiro, frequentando tanto os círculos artísticos de vanguarda como as rodas boêmias, numa e noutra cidade.
     Em 1919 ilustrou A Balada do Enforcado, de Oscar Wilde, na tradução de Elísio de Carvalho, e, em 1921, apareceu seu álbum Fantoches da Meia-Noite, com prefácio de Ribeiro Couto: num e noutro trabalhos é flagrante a filiação estilística a Aubrey Beardsley, o ilustrador original de Wilde (conheça o estilo deste ilustrador).
A Semana de Arte Moderna
     O ano de 1922 é de importância fundamental tanto para a arte moderna brasileira quanto para a carreira do pintor, de quem partiria inclusive a ideia, dada a Paulo Prado, para a realização de uma Semana de Arte Moderna, «uma semana de escândalos literários e artísticos.»
     Realizada a Semana, Di Cavalcanti fica por algum tempo desnorteado. É ele que, mais tarde, fará uma autocrítica irônica e bem humorada:
     «Eu era um esnobe, não posso negar. Me considerava o tal, porque ilustrava as obras de Oscar Wilde, sabia mais literatura que os outros, tinha contato com os intelectuais, e ainda possuía uma amante italiana que abandonara o teatro por minha causa.
     «A Semana - coitada - só veio agravar meu quadro geral. Fiquei muito pior, e fugir disso, então, passou a ser uma necessidade.
     «O próprio Brasil, para mim, passara a ser apenas uma multiforme nação irreal, que me levava a rir, às gargalhadas, de tudo, principalmente da velha Academia de Direito. Larguei tudo e fui para Paris.»
Noites Parisienses
     Paris era, naquele momento, o grande referencial da arte moderna, passagem obrigatória e ponto de encontro dos artistas emergentes de todo o mundo. É para lá que vai Di Cavalcanti em 1923, com 26 anos, após vender uns poucos quadros que lhe garantiram as despesas de viagem.
     Como precisava também garantir algum dinheiro para seu sustento e permanência na cidade, procurou Edmundo Bittencourt, diretor-proprietário do Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, grande incentivador das artes, com quem acertou a remessa periódica de artigos para publicação em seu jornal.
     «Lá andava eu, em Paris, para um lado e para outro; trabalhava na pintura no meu pequenino ateliê de Montparnasse e rodava pelas ruas procurando reportagens para o Correio.»
O impacto dos velhos mestres da Itália
      Numa breve viagem à Itália, então, descobre os Velhos Mestres, que lhe causam tremendo impacto, trazendo nova crise de identidade:
     «Quando volto a Paris quero abandonar para sempre a pintura. Sinto em mim a ressonância do colorido do Ticiano, a força teatral de Michelangelo. Da Vinci! Todos me destruindo, empurrando-me para um anonimato, para uma pobreza moral infinita!»
     Por algum tempo cursa a Academia Ranson, conhecendo em seguida intelectuais como Jean Cocteau, Blaise Cendrars, Paul Eluard, André Breton, Leon Paul Fargue e Miguel de Unamuno. Lá conviveu com músicos como Darius Milhaud, Poulenc, Auric e Satie;
     Mas, sobretudo, teve contato com artistas como Léger, Marx Ernst, De Chirico, Matisse, Braque e principalmente Picasso.
O grande mestre da Espanha
     Por volta de 1924, segundo Sergio Milliet, Di Cavalcanti «dedicava-se conscienciosamente ao estudo da maneira monumental de Picasso, que tanto o enriqueceu e que foi o primeiro a transpor, através de uma originalidade indiscutível, para o assunto brasileiro.»
     Essa influência picassiana fez-se sentir de modo tão intenso e, por outro lado, tão duradouro, na obra de Di, que críticas ferinas e mesmo acusações de plágio foram, volta e meia, assacadas contra o pintor brasileiro, muito embora o crítico Luís Martins, estudando esse delicado capítulo das relações estilísticas entre Di e Picasso, tenha aparentemente esclarecido a questão:
     «Compreende-se que se sentisse impressionado, quando, em sua primeira viagem à Europa, em 1923, deparou com as mulheres monumentais de Picasso - o Picasso que se evadia das linhas frias, severas e angulosas do cubismo, para as curvas sensuais e exuberantes de sua fase neoclássica.
Cigano magnífico e feias mulheres
     «Mas, se esse encontro com o grande pintor espanhol constitui provavelmente, para o brasileiro, uma revelação do seu próprio temperamento, sugerindo-lhe uma forma de exprimir plasticamente o que há de ondulante, macio, cálido e maternal no corpo feminino, força é confessar que a personalidade do nosso artista não se deixou subjugar pela outra, mais amadurecida, do mestre consagrado.
     «O que há em Di Cavalcanti de intrinsecamente brasileiro, ou melhor, de carioca, levou-o a uma interpretação pessoal, a uma espécie de tradução para o mulato das mulheres clássicas e um pouco olímpicas de Picasso, dando-lhes um frêmito, uma languidez e uma indolência que elas não tinham.»
     Di Cavalcanti, ele próprio, não escondeu jamais o que devia a Picasso, e, referindo-se ao seu conhecimento com o artista, assim declarou numa entrevista:
     «Conheci-o fazendo uma reportagem para o Correio da Manhã. Ficamos camaradas, mas eu não quis saber dele porque o achava muito sério.
     «Aliás, não gosto de conviver com pintores. São uns chatos, os maiores chatos que conheço. No entanto, fui amigo de Picasso até a morte dele. Mas em matéria de mulher, por exemplo, modéstia à parte, sou mais eu, antipicassiano.
     «Nunca soube o que se passava na cabeça dele, daquele cigano magnífico, mas o fato é que ele não servia para fazer mulher bonita. Era sempre mulher com um olho a mais ou a menos, um nariz de lado. Saía sempre um Picasso bonito, mas nunca uma mulher bonita.»
Decepção com o comunismo
     Com a Revolução de 1924, o Correio da Manhã foi fechado e Di Cavalcanti viu-se forçado a regressar ao Brasil. Ei-lo novamente no Rio de Janeiro, em 1925, renovando um contato que se revelaria indispensável ao amadurecimento de sua produção.
      Mesmo afirmando em suas memórias que, entre 1925 e 1935, não se lembrava de ter feito muita coisa importante, o fato é que datam de 1929 os dois admiráveis murais que realizou para o Teatro João Caetano, do Rio de Janeiro - obras poderosas, nas quais seu talento se afirma de modo pessoal e vigoroso.
     Já em 1928 ingressara no Partido Comunista, levado por sua fé na justiça social. Mas em 1931 verificava, aturdido, não poder ser jamais "um bravo comunista: entre a minha liberdade individual e as regras partidárias abriam-se abismos".
Cinco anos longe da pátria
     Retornando em 1935 a Paris, ali permaneceu até 1940, quando, com a queda da capital francesa em poder dos nazistas, vê-se novamente forçado a voltar para o Brasil.
     Esteve perigosamente afastado, durante mais esses cinco anos, da realidade brasileira, das mulatas que ama, do carnaval de que se nutre a sua pintura, com suas cores e odores fortes de negros fantasiados de príncipes russos e de índios sarará.
     Mesmo assim, Di Cavalcanti permaneceria autenticamente brasileiro e, mais ainda, carioca, já que levava dentro de si todas essas cores, cheiros e memórias. Durante essa nova estada parisiense, algumas de suas pinturas são adquiridas para os museus do Jeu de Paume, em Paris, de Haia e de Grenoble.
A produção em massa e a comercialização da arte
     A partir da década de 1940, a personalidade de Di Cavalcanti atinge finalmente sua plena maturidade: aos 43 anos, em 1940, quando volta definitivamente ao Brasil, o artista é já um nome conhecido e respeitado dentro e até fora do País. Mas é também a partir da década de 1940 que Di começa a se repetir, conforme observação de José Mindlin:
     «A partir daí (1940) deve-se reconhecer que sua obra passou a ser bastante repetitiva, e seu lançamento e valorização no mercado, por marchands habilidosos, resultou numa produção comercializada, em que, a despeito de muitos trabalhos bons, a qualidade freqüentemente não correspondia ao talento.
     «Sendo um de nossos grandes pintores, com Portinari, Segall e Volpi, sua obra é desigual, especialmente a partir de 1950, o que sua personalidade explica, mas não deixa de ser lastimável.»
     Di negava essa tendência à comercialização do seu talento:
     «Dizem que me tornei mais comerciante que artista. Bobagens. Sou um artista... mas um homem também. Preciso de dinheiro para o homem e tempo livre para o artista. Preciso de dinheiro para minha alegria e minha tristeza.»
Amando a vida mais que a arte
     Di Cavalcanti tem uma produção rara e espetacular em volume, cerca de 5.000 obras.
     É compreensível, pois, que nem tudo lhe tivesse saído de primeiríssima qualidade, até porque não era do seu temperamento essa preocupação para com a qualidade de seus quadros.
      Isso ele mesmo comentou com Mário de Andrade, numa carta de 1930:
     «Mário, felizmente eu não me apresso, não quero nunca realizar obras-primas como quis o Brecheret, o Villa e mesmo já o Celso Antonio, o que acontece é que eles, sem autocrítica, já estão paus. E eu me sinto de uma mocidade comovente.
     «Não é orgulho, é vaidade. Eles não amam a vida. Amam a arte como a um mito. E eu amo sobretudo a vida, esta vida que vem, como os calores sexuais, de baixo para cima…»
     O pintor viveu alternadamente entre São Paulo e Rio de Janeiro, mas sua obra percorreu o Brasil e o mundo, expondo também no Uruguai, na Argentina, no México e nos Estados Unidos.
As grandes premiações
     Di Cavalcanti recebeu importantes premiações ao longo de sua carreira, destacando-se:
·          Medalha de ouro conquistada em 1937 na Exposição de Paris (com a decoração do pavilhão da Companhia Franco-Brasileira).
·          Prêmio Melhor Pintor Brasileiro, que dividiu com Volpi na II Bienal de São Paulo, em 1953.
·          Primeiro prêmio da Mostra de Arte Sacra de Trieste, Itália, em 1956.
·          Medalha de ouro da II Bienal Interamericana do México, em 1960 - na qual teve aliás sala especial.
    O MAM-RJ, em 1954, a 7ª Bienal de São Paulo, em 1963, e o MAM-SP, em 1971, dedicaram-lhe retrospectivas, destacando-se por sua importância esta última, na qual foram expostas 476 obras de todas as fases.
Atividade frenética
     No entretempo de toda essa atividade, Di Cavalcanti ama, desenha, pinta, escreve poemas, lê, casa, descasa, viaja sempre a Paris, realiza desenhos para jóias e tapeçarias, ilustra em 1969 os bilhetes para as quatro extrações principais da Loteria Federal do Brasil, ou   simplesmente vagabundeia por bares e restaurantes, boêmio que foi até o fim da vida.
     Publicou dois livros de memórias, entremeados de poemas: Viagem da Minha Vida - O Testamento da Alvorada (1955) e Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca (1964).
     Ilustrou numerosos livros (Carnaval, de Manuel Bandeira, 1919; Losango Cáqui, de Mario de Andrade, 1926; A Noite na Taverna e Macário, de Alvares de Azevedo, 1941; etc.)
     Executou murais em Belo Horizonte, Brasília (Câmara dos Deputados), Rio de Janeiro (Banco do Estado do Rio de Janeiro, Banco Lar Brasileiro, etc.) e São Paulo (Aeroporto de Congonhas, O Estado de São Paulo).
     Editou também álbuns de gravuras, embora ele mesmo não as gravasse: Lapa, xilogravuras, 1956; Cinco Serigrafias, 1969, Sete Flores, com texto de Carlos Drumond de Andrade, 1969.
O pintor das coisas nacionais
     Sobre a arte de Di Cavalcanti, já Mário de Andrade se pronunciara, há cinquenta anos, de maneira extraordinariamente lúcida, ao dizer:
     «Di Cavalcanti conquistou uma posição única em nossa pintura contemporânea. Em nossa pintura brasileira. Sem se prender a nenhuma tese nacionalista, é sempre o mais exato pintor das coisas nacionais.
     «Não confundiu o Brasil com paisagens; e em vez do Pão-de-Açúcar nos dá sambas; em vez de coqueiros, mulatas, pretos e carnavais.
     «Analista do Rio de Janeiro noturno, satirizador odioso e pragmatista das nossas taras sociais, amoroso contador das nossas festinhas, mulatista-mor da pintura, este é o Di Cavalcanti de agora, mais permanente e completado.»
A mulata é o símbolo do Brasil
     Mulatista-mor da pintura... Será que Di Cavalcanti aceitava de bom grado a denominação, que lhe foi dada, de Pintor das Mulatas? É provável que sim:
     «A mulata, para mim, é um símbolo do Brasil, Ela não é preta nem branca. Nem rica nem pobre. Gosta de dança, gosta de música, gosta do futebol, como o nosso povo. Imagino ela deitada em cama pobre como imagino o país deitado em berço esplêndido.
     «A mulata é o feminino e o Brasil é um dos países mais femininos do mundo. Não temos o machismo do México, o Brasil gira em torno das mulheres...»
     A propósito, escreveu o crítico Frederico Morais, por ocasião da retrospectiva de 1971 no MAM-SP, uma das análises mais perspicazes da arte de Di Cavalcanti:
     «Em nenhum outro artista brasileiro, a mulata recebeu tratamento pictórico tão alto e tão digno. Sem paternalismos, sem menosprezo. Di deu-lhe a dignidade da madona renascentista, madonizou a nossa mulata, o que não é o mesmo que mulatizar a madona, como o fez Athayde no céu barroco de Minas.
     «Altaneiras, monumentais quase sempre, alegres ou sonhadoras, em devaneios - o gato no colo, a flor sobre o busto - apenas por alguns momentos o olhar parece triste ou vago. Porque, hedonista nato, amoroso da vida e das pessoas, Di não se deixa abater pelos problemas existenciais, pela inquietação política ou social. Coisas mais próprias para os espíritos magros.»
Fonte: CD-Rom «500 Anos de Pintura Brasileira»

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