João Carlos Lopes dos Santos
Freqüentemente, esta pergunta me é formulada. Abordei o assunto no capítulo 25 do Manual do Mercado de Arte, quando tratei da arte como investimento. Assim, transcreverei parte daquele capítulo - escrito em 10 de junho de 1997 – que, como um todo, ainda não perdeu a atualidade. Destaco, então, naquele capítulo, o tópico onde respondo:
O que devo comprar
para a minha parede?
para a minha parede?
O que devo comprar para a minha parede? Respondo: o quadro que você e a maioria das pessoas gostam...
Para ilustrar, quero destacar um quadro, do leilão de 25.5.97, realizado pela Bolsa de Arte. Refiro-me ao lote 55 do leilão, o quadro intitulado "Banho de Luz" de Georgina de Albuquerque (1885-1956), óleo sobre tela, medindo 64x50 cm., que ganhou "Pequena Medalha de Ouro" no Primeiro Salão Paulista de Belas Artes, arrematado por R$ 75 mil (US$ 70.231,29), super recorde para as telas da artista. Isto sempre acontece quando o quadro alcança a unanimidade de opiniões, no que tange à sua beleza e qualidade.
Quadro bem comprado, independentemente de quem o assina, é mais fácil de revender tempos depois e também é um dos raros objetos que se pode auferir lucro com a revenda.
Comprador hoje,
vendedor amanhã
vendedor amanhã
Procuro sempre dissuadir as pessoas quando dizem: "Não compro quadro para vender, compro o que gosto e não me interessa a opinião dos outros". Concordo que se deva comprar só a pintura que se gosta, seja qual for o seu valor, mas sempre em consonância com as normas do mercado de arte, pois um dia, fatalmente, até por uma simples mudança de decoração, haverá de se procurar um novo dono para o quadro. Aí, nesse momento, a opinião dos outros sobre o quadro é muito importante...
Há que se ter sempre o cuidado, ao se comprar uma obra de arte, de se saber o seu preço real de mercado, onde aquele artista tem mercado e qual o seu grau de liquidez. Isso é fundamental. As pessoas quando compram um quadro, seja qual for o seu valor, nunca pensam que um dia poderão necessitar de vendê-lo e aí se arrependem de não terem se assessorado. Portanto, ao comprar uma obra de arte procure, pelo menos, conversar com um amigo iniciado em mercado e, por certo, ele lhe falará de procedência, autenticidade, qualidade, do preço justo de mercado, onde ela tem mercado e onde tem maior liquidez.
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