quinta-feira, 16 de junho de 2011

Iole de Freitas e Sérgio Sister em exposições separadas em São Paulo


Folha de S. Paulo
16 de junho de 2011.


Iole de Freitas e Sérgio Sister mostram novos trabalhos 

Artista mineira expõe quatro esculturas na Raquel Arnaud; Sister leva 30 pinturas-objeto coloridas às paredes da Nara Roesler 
GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO 

Entre estruturas transparentes e translúcidas de policarbonato, Iole de Freitas trabalha com equilíbrio e torção. As quatro esculturas gigantes que apresenta a partir de hoje na galeria Raquel Arnaud desafiam o espectador. 

O que as sustenta? Que caminhos a luz percorre por dentro delas? O desejo de saber incita os olhos. 

As novas obras dão continuidade à pesquisa que a artista desenvolve nos últimos anos. Há ecos das instalações montadas no CCBB, em 2005; na Documenta de Kassel, em 2007, e na Pinacoteca do Estado em 2010. 

Nesse novo contexto arquitetônico, Iole optou por instalar três obras na parte de dentro da galeria, em diálogo com as entradas de luz e com as paredes brancas, como se estas últimas se deslocassem para dentro da obra. 

"Eu procurei radicalizar ao máximo a relação entre os planos, linhas e torções. Discuto com meus calculistas, que sempre me dizem que isso ou aquilo não vai dar, mas eu insisto. E geralmente estou certa. A experiência tem um peso nessa hora." 

Uma última escultura gigante em forma circular ocupa a área externa, numa espécie de fim do percurso. Da porta que liga a parte de dentro à parte de fora do espaço, tem-se, talvez, a melhor visão do conjunto. "Esse jardim tem um silêncio particular. Parece uma cena do De Chirico, deslocada do tempo e do espaço." 

CAIXAS DE COR  Enquanto Iole de Freitas desafia as formas, Sérgio Sister criou um padrão e brinca com cor, numa série de 30 pinturas-objeto que expõe galeria na Nara Roesler. Desde 1996, o artista pinta sobre caixas de frutas, trabalhando com as ripas e espaços vazados. Mas, se antes ele as recolhia, ele agora as manda fabricar numa madeira mais nobre, sobre a qual aplica suas aventuras cromáticas, em diálogo com a história. "Há desde cores da pintura barroca italiana até um rosa fluorescente", diverte-se. À medida que o espectador se desloca, as relações entre os tons se alteram, num jogo que envolve ainda as sombras formadas pela parede. Cores aparecem e se escondem a todo momento. Na mostra estão ainda trabalhos sobre papel feitos pelo artista no ano passado. 


IOLE DE FREITAS QUANDO abertura hoje (para convidados); de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 12h às 16h; até 13/8 ONDE Galeria Raquel Arnaud (r. Fidalga, 125, tel. 2368-1572) QUANTO grátis 


SÉRGIO SISTER QUANDO de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb, das 11h às 15h; até 16/7 ONDE Galeria Nara Roesler (av. Europa, 655, tel. 3063-2344) QUANTO grátis 

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