Nós éramos felizes
e não sabíamos
Durante o Carnaval de 2002, na varanda da minha casa, conversava com o Brumel Delano – o meu alter ego virtual, que mora dentro do meu computador – e chegamos, ele e eu, à conclusão de que éramos felizes e não sabíamos...
Os anos dourados
Embora em tenra idade, vivi a melhor fase do Rio de Janeiro. Outros poderão delimitar diferentemente, mas para mim entre 1950 e 1970 foi a época áurea do Rio de Janeiro e, possivelmente, de todas as grandes cidades brasileiras.
Em 1950, tinha sete anos de idade. A população do Rio de Janeiro, então o Distrito Federal, a Capital do Brasil, não tinha chegado a dois milhões de habitantes e cerca de 10% deles, todos os domingos, lotavam o Maracanã para ver um excelente futebol.
Os outros 10%, se o sol aparecesse, inverno ou verão, fatalmente, estariam nas praias da Ilha do Governador ao Recreio dos Bandeirantes.
Como as coisas mudaram...
Grosso modo, o restante estaria saboreando ou jiboiando a galinha de domingo, que, via de regra, era criada no quintal. Nessa época, comer galinha nos domingos era sinal de status... Havia até um ditado: "pobre só come galinha, quando um dos dois está doente".
Havia outro paradoxo para os dias de hoje: "Para quem: bacalhau basta...". É que bacalhau era muito barato. Diziam que os navios vindos da Europa, tendo pouco para trazer, entulhavam os porões de toneladas de bacalhau, entre outros artigos não perecíveis, como azeite e trigo, que chegavam a bom preço, com o principal objetivo de fazer lastro, já que, como se sabe, navio para navegar melhor tem ter certo peso, que lhe dê estabilidade.
Estou lhe vendendo o peixe, no caso o bacalhau, pelo preço que me venderam... Só sei que, na casa dos meus pais, se ouvia muito disso:
-Bacalhau de novo???
Hoje, a US$ 25,00 o quilo, deve vir de avião e na primeira classe...
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