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São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011 |
Artista plástico brasileiro acusa trio argentino de plagiar obra Jaime Prades retirou denúncia após acordo SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO Quando viu no Flickr imagens da montagem da exposição "De Dentro e De Fora", Jaime Prades levou um susto. Três artistas argentinos, Tec, Defi e Chu, estavam construindo no Masp, para a mostra que começa hoje, uma estrutura quase idêntica a uma obra que o brasileiro já havia mostrado em São Paulo e que estampou na capa de um livro sobre seu trabalho. Agravou a situação o fato de o artista ter dado antes uma cópia do livro lançado em 2009 a Baixo Ribeiro, curador da mostra no Masp. Prades então criou um evento no Facebook denunciando o plágio da obra, postando imagens dos trabalhos lado a lado e incitando uma extensa discussão on-line. "Fiquei indignado pelo fato de a curadoria ser aqui de São Paulo", disse Prades à Folha. "Foi como se tivesse acontecido uma usurpação." Todo o barulho nas redes sociais acabou chegando ao ouvido de Ribeiro, que propôs um encontro entre os artistas argentinos e Prades para tentar resolver a questão. "Foi um engano", resume o curador. "Tiraram fotografias desse processo ainda no começo, o Jaime viu e o identificou muito com o trabalho dele. Toda essa polêmica foi feita em cima de uma foto na primeira semana da obra." Tec, um dos artistas argentinos que assina a peça do Masp, chamou de "coincidência total" a semelhança entre as obras. "Foi uma coisa que surgiu do nosso trabalho", diz ele. "Trabalhamos sempre com madeira da rua." Depois de receber Ribeiro em seu ateliê e marcar encontro com Tec, Defi e Chu, Prades tirou do ar a denúncia de plágio e recuou no discurso. "Não sei se é plágio ou não, é uma discussão que implica um degradê de interpretações", diz o brasileiro. "Não posso me achar dono de pegar madeira na rua e juntar material. Tem uma cultura de atropelo nessa arte de rua." Mas ajudou na reconciliação um acordo selado de última hora. Semanas antes do início da mostra, o curador concordou em incluir o ateliê de Prades num roteiro de visitas por São Paulo indicado no site da exposição do Masp. É menos do que o artista queria, já que chegou a dizer que o "ideal seria o museu pôr um trabalho meu ali". Não será o caso. Quem quiser comparar terá de visitar a obra dos argentinos no Masp e o ateliê de Prades, cheio de madeira, em Perdizes, na zona oeste da cidade. "Não quero criar uma guerra com artistas, com ninguém. Dei uma zerada", diz Prades. "Estamos trabalhando para um final feliz." |
A bronca do artista, com todas as cores
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