A obra "Cremaster 3: The Five Points of Fellowship" (2002), do artista Matthew Barney, que seria exposta na mostra comemorativa (CONHEÇA O PROJETO ORIGINAL)
São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011 |
Bienal corta pela metade mostra que comemora seus 60 anos Fundação diz que redução aconteceu "para não cansar público" FABIO CYPRIANO DE SÃO PAULO Foi reduzida pela metade a mostra "Em Nome dos Artistas", que celebra 60 anos de criação da Bienal de São Paulo com o acervo do museu norueguês Astrup Fearnley. Em março passado, o curador do museu e da mostra, Gunnar Kvaran, disse à Folha que iria apresentar 111 artistas no pavilhão da Bienal, com quase 30 mil m2. Agora, devem ser 51 artistas, prevendo o uso de 15 mil m2. O evento iria englobar outras mostras organizadas pelo museu em colaboração com a galeria Serpentine, de Londres, como "Uncertain States of America", sobre jovens artistas norte-americanos, e "China Power Station", sobre chineses emergentes. A última foi descartada, e a primeira, reduzida. Contudo permanecem os grandes nomes previstos, como Jeff Koons e Damien Hirst. No site do Ministério da Cultura, a exposição prevê a captação de R$ 14 milhões (R$ 8 milhões para a mostra e R$ 6 milhões para o educativo). Até ontem, só R$ 4 milhões estavam garantidos. "Sempre enfrentamos problemas com captação, mas a redução não ocorre por questões financeiras, pois temos mais apoios já garantidos. A redução ocorreu porque a mostra seria muito grande no formato original e as pessoas se cansam de exposições assim", diz Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal. A maior dificuldade é a captação para o educativo da mostra: apenas R$ 100 mil foram conseguidos. "Essa é uma área difícil para obter recursos, precisamos conquistar um apoio com caráter permanente", defende Martins. Para ajudar na mostra, no entanto, está programado um jantar beneficente, no dia 20 de setembro, nos moldes do evento organizado logo que Martins assumiu o cargo, em 2009, com a instituição afundada em dívidas de cerca de R$ 3 milhões. Agora, cada convite custa R$ 5.000, mas esse valor pode ser abatido por quem comprá-lo através de lei de incentivo à cultura desde que o contribuinte deva ao menos cerca R$ 100 mil ao Imposto de Renda -a alíquota para pessoa física é de 6%. "É parte de um programa que vamos lançar no jantar, chamado Mais Bienal, para estimular que pessoas físicas também façam doações à Bienal, porque nem todo mundo sabe que isso é possível", afirma o presidente. Martins também não considera que a dificuldade em obter recursos seja porque o MinC tenha fechado a torneira: "Eles estão proibidos por lei de repassar recursos. O que precisamos é envolver a sociedade, sejam empresas, pessoas ou o poder municipal, estadual e federal". |
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