O artista plástico é, sem dúvida, o menos festejado entre todos profissionais do setor artístico. Paradoxalmente, no entanto, são os mais lembrados post mortem, pelo fato de seus trabalhos ficarem materializados para a posteridade. Contudo, as homenagens são raras...
Diferente do que ocorre com os de outras áreas, dificilmente a morte de um artista plástico é noticiada pelos jornais - sequer no obituário -, a não ser quando a família dele paga. Não noticiam até porque não conhecem os artistas plásticos brasileiros. É a realidade.
Você sabia que 8 de maio é o ’Dia do Artista Plástico’? Já percebeu que este dia sempre passa em branco? É o que vem acontecendo desde sempre. No que diz respeito à mídia, de um modo geral, nada! Alguém leu uma linha nos jornais a respeito? E na TV ou no Rádio? Parece até implicância...
Gustavo Dall'Ara, um injustiçado
Vou cristalizar esse estado de coisas em um só exemplo. Gustavo Dall’Ara (1865-1923) retratou como ninguém os principais aspectos da cidade do Rio de Janeiro de sua época. Pelo conjunto iconográfico de sua obra, é conhecido no mercado de arte, até hoje, como "O Pintor da Cidade do Rio de Janeiro". No entanto, todos os prefeitos e vereadores da Cidade Maravilhosa, de 1923 - ano em que faleceu - até hoje, se omitiram ou desconhecem isso, já que Dall’Ara não recebeu sequer um título de cidadão honorário post mortem - nasceu na Itália - ou tenha seu nome em algum logradouro público do Rio de Janeiro. A memória de Dall’Ara continua à espera de uma homenagem da cidade que tanto amou.
Você, também, é responsável
Todos que atuam no mercado de arte têm uma parcela de responsabilidade pelos fatos aqui lamentados, principalmente, pela falta de união e de espírito de grupo. A união faz a força. Todas as soluções de uma classe passam, necessariamente, pela união de todos os seus profissionais. Uma pergunta: o que você tem feito pela sua classe?
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