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São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011 |
CRISTO 80 ANOS Mesmo após oito décadas de sua inauguração, direitos autorais e de imagem do monumento no Corcovado ainda são alvo de disputa SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO Por trás da expressão serena do Cristo Redentor, que completa 80 anos na quarta, herdeiros dos que desenharam e construíram o monumento travam batalha por direitos autorais e de imagem. De um lado, parentes de Paul Landowski, escultor morto em 1961, dizem que o francês é o único autor, responsável pelo desenho da cabeça e das mãos, esculpidos em gesso em seu ateliê em Paris e depois concluídos em concreto armado no Rio. Do outro, Bel Noronha, bisneta do engenheiro Heitor da Silva Costa, responsável pela construção do monumento, diz que ele, morto em 1947, foi "autor e idealizador" e que contratou Landowski para fazer só as mãos e a cabeça. No meio da disputa está a Arquidiocese do Rio, que encomendou a estátua a Costa nos anos 1920 e detém os direitos de imagem. A disputa veio à tona com as investidas recentes dos Landowski em cobrar por reproduções do Cristo (para algo com tiragem de 100 mil exemplares, por exemplo, eles cobram R$ 1.000). Os Landowski contrataram agência de proteção de direitos autorais em São Paulo e entraram na Justiça para obrigar a H. Stern a pagar por reproduzir a estátua num pingente, mas perderam a ação. "Existe essa lenda de que o Cristo é feito por um francês e presente da França", diz Bel Noronha. Claudine Dutra, diretora jurídica da Arquidiocese, diz que herdeiros também já disputaram os direitos com a Igreja, alegando que não havia provas de que Landowski havia cedido seus direitos. "Landowski nunca veio ao Brasil, esses direitos são exclusivos da Arquidiocese", afirma Dutra. "A Arquidiocese nunca cobrou pelos direitos, é essa família que resolveu agora ganhar dinheiro." De Paris, Frédéric Jerôme, encarregado da família Landowski para resolver a questão, diz que não se trata de uma briga por lucro. "Costa era só um engenheiro, não artista, Landowski é quem fez a estátua", diz. "Não se pode destituir o artista de sua propriedade, mas não é uma questão de dinheiro e sim de legitimidade." Em congresso de art déco, no Rio, em agosto, o historiador Adon Peres pôs mais lenha na fogueira. Especialista em Landowski, disse que são inegáveis os traços de sua obra no rosto e nas mãos do Cristo, considerados os "pontos altos" da escultura. |
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São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011 |
Comemoração vai ter missa, bolo e Zeca Pagodinho COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Diz a lenda que, antes de o engenheiro Heitor da Costa e Silva vencer um concurso e propor colocar um Cristo de braços abertos sobre a Guanabara no alto do Corcovado, ilustre figura da história brasileira já havia aberto uma rota para escalar o morro: o imperador D. Pedro 1º. É por causa dele, que fazia aniversário no dia 12, e não de Nossa Senhora, que o Redentor foi inaugurado na data. Para comemorar os 80 anos foram organizados vários eventos. No feriado, quem for ao monumento vai receber uma fatia de um bolo de oito metros, encomendado pela Sarca (Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca). Também haverá benção especial para os visitantes e missa na capela que fica incrustada nas costas da estátua. A celebração será feita pelo arcebispo da cidade, Dom Orani João Tempesta às 10h. Haverá ainda show da esquadrilha da fumaça. A partir das 18h haverá o Show da Paz, no Aterro do Flamengo. Artistas como Zeca Pagodinho, Miúcha, Sandy, Beth Carvalho e a bateria da Mangueira irão se revezar em um palco na altura do Monumento aos Pracinhas, para completar as homenagens à obra art déco mais conhecida do mundo. |
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